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Judiciário

STF tira mensalão da pauta para julgar demarcação de reservas indígenas

Mudança foi feita porque há muitos conflitos na região Sul da Bahia, que culminaram na morte de envolvidos no conflito

O Supremo Tribunal Federal (STF) alterou a pauta da sessão desta quarta-feira (2), que deveria votar uma ação que questiona a legalidade do Programa Universidade Para Todos (ProUni) e começar a discutir como será o julgamento do mensalão.

Porém, a Corte decidiu julgar a ação civil que pede a nulidade de títulos de propriedade de terras concedidos pelo governo da Bahia a fazendeiros e agricultores na área da Reserva Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, ao sul do estado. Segundo a ministra Cármen Lúcia, a mudança na pauta para julgar a demarcação das terras dos índios foi feita porque há muitos conflitos na região, que culminaram na morte de envolvidos no conflito nesta quarta-feira.

A exemplo do que ocorreu na reserva Raposa Serra do Sol, a ministra Cármen Lúcia votou para que sejam considerados nulos títulos imobiliários emitidos pelo estado da Bahia a não índios dentro da reserva: são186 áreas, sendo 143 tituladas. Ela recomenda que seja dado um tempo para que essas pessoas saiam, com a presença da Polícia Federal para que os conflitos no local não se acirrem.

A ação foi ajuizada em 1982 pela Funai. De acordo com o STF, o julgamento foi iniciado em setembro de 2008, quando o relator da ação, ministro Eros Grau - que já se aposentou - votou pela procedência da ação. O julgamento em 2008 foi suspenso com o pedido de vista do ministro Menezes Direito. Com o falecimento do ministro, seu sucessor, ministro Dias Toffoli, declarou-se impedido por ter atuado como advogado-geral da União. Os autos foram então encaminhados para a ministra Cármen Lúcia para prosseguir o julgamento.

Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), autora da ação, produtores ocupam de forma irregular as terras da União habitadas pelos índios pataxó-hã-hã-hãe. Os agricultores, por outro lado, afirmam que são legítimos possuidores dessa área e que os pataxós e outras tribos nunca a ocuparam. A área conflagrada abrange os municípios baianos de Camacan, Pau-Brasil e Itaju do Colônia, tem 54 mil hectares e abriga cerca de 3,2 mil índios, segundo dados dos próprios indígenas.

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