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Judiciário

STF volta ao trabalho com fila de projetos polêmicos

Supremo deve analisar revisão da Lei de Anistia e poder de investigação do MP até julho. Também está na pauta o aborto de fetos anencéfalos

Lula e Gilmar Mendes, durante a abertura do ano no Judiciário | Antonio Cruz/ABr
Lula e Gilmar Mendes, durante a abertura do ano no Judiciário (Foto: Antonio Cruz/ABr)

Questões polêmicas devem entrar na pauta de julgamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já no primeiro semestre de 2010. A interrupção da gravidez de fetos anencéfalos; o poder de investigação do Ministério Público; e a revisão da Lei de Anistia são algumas das ações que devem ser analisadas pela corte antes de julho. Segundo o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, o Supremo não enfrenta "dificuldades’’ para avaliar temas polêmicos.

"Não há nenhuma dificuldade (para a votação de temas polêmicos). Vamos continuar a pauta do ano passado e assim que os relatores colocarem os processos organizamos a pauta’’, disse o ministro, que ontem recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no plenário do STF para a cerimônia de abertura dos trabalhos do Judi­­ciário neste ano.

A ação que pede a revisão da Lei de Anistia – que é relatada pelo ministro Eros Grau – deve ser um dos primeiros temas polêmicos a entrar na pauta de julgamento do Supremo. Isso porque todos os processos relatados por Grau devem ter prioridade na pauta, uma vez que o ministro deve se aposentar compulsoriamente em agosto deste ano – quando completa 70 anos.

Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República enviou ao Su­­premo parecer contrário à revisão da lei, que perdoou os crimes políticos cometidos durante o regime militar. A ação foi proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pede a punição para os agentes do Estado que praticaram tortura durante o regime militar.

Investigação

O poder de investigação do Mi­­nistério Público também deve ser analisado neste primeiro se­­mestre. A questão foi levantada pelos advogados de defesa de Sér­­gio Gomes da Silva, conhecido como "Sombra", acusado de ser o mandante do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Cel­­so Daniel. Durante o discurso que fez na solenidade de abertura do ano judiciário, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defendeu que os integrantes do MP tenham o poder de investigar para evitar que criminosos fiquem impunes, principalmente os que pertencem às camadas mais altas da sociedade.

"Negar ao Ministério Público a possibilidade de extraordinariamente investigar será incapacitar não a instituição, mas a sociedade brasileira para o exercício pleno do direito à efetividade da tutela penal notadamente quanto à criminalidade antes referida", afirmou o procurador.

Feto

Outra polêmica deste primeiro semestre no Supremo deverá ser a ação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS) que pede a descriminalização da interrupção da gestação no caso de feto anencéfalo. Em julho de 2004, o ministro Marco Aurélio Mello concedeu liminar permitindo o aborto nesses casos. Três meses depois, o plenário da corte suspendeu a liminar até que seja julgado o mérito da ação. A medida sofre uma forte pressão contrária de setores da Igreja Católica.

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