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Câmara de Londrina

Suborno pago a vereador leva mais três presos

Chefe de gabinete do prefeito Barbosa Neto, vereador do PHS e diretor da Sercomtel foram detidos na manhã de ontem

Vereador Eloir Valença passou mal depois da prisão e precisou ser levado para o hospital | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Vereador Eloir Valença passou mal depois da prisão e precisou ser levado para o hospital (Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina)

Mais três pessoas foram presas ontem em Londrina como suspeitas de partici­­pação em um esquema de­­ suborno de vereadores. En­­tre os detidos está o chefe­­ de gabinete do prefeito Bar­­bosa Neto (PDT), Rogério Lo­­pes Ortega. Também foram presos o vereador Eloir Valença (PHS) e o diretor de Participações da Sercomtel, Alysson de Carvalho.

Os três foram detidos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Or­­ga­­nizado (Gaeco) em suas casas por volta das 6h30 de on­­tem devido a um mandado de prisão temporária­­ expedido na noite de segun­­da pelo juiz substituto Má­­rio Azzolini, da 3.ª Vara Cri­­minal de Londrina.

Também foram apreendidos documentos no gabinete do vereador Eloir Valença. No início da tarde, Ortega e Carvalho foram encaminhados para a Penitenciária Estadual de Londrina II. Va­­lença passou mal e teve que ser encaminhado para o Hos­­pital do Coração. Até o fechamento desta edição, ele ainda não havia sido transferido para a penitenciária.

Segundo o promotor Cláu­­­­dio Esteves, os três são con­­­­siderados suspeitos no inqué­­rito policial que investiga a denúncia de tentativa de suborno ao vereador Amauri Cardoso (PSDB). O suborno teria sido articulado para que­­ Cardoso votasse contra a­­ criação de uma Comissão Processante (CP) para investigar o prefeito Barbosa Neto. O flagrante da entrega de R$ 20 mil ao vereador ocorreu no dia 24 de abril e resultou na prisão do empresário Ludovico Bonato e do ex-secretário de Governo e coordenador de campanha do PDT Marco Cito. Os dois continuam detidos.

A Comissão Processante acabou sendo aprovada por unanimidade na semana passada para investigar denúncias de que o prefeito usou dois funcionários pagos com dinheiro público para fazer serviço de segurança na rádio Brasil Sul, de sua propriedade.

Motivos

O delegado Alan Flore con­­tou que o pedido para a­­­­ prisão dos três havia sido fei­­to há alguns dias, mas foi acatado apenas na noite de segunda. Flore disse que a prisão de Valença – que havia prestado depoimento na segunda-feira como testemunha – foi necessária porque havia "incongruências" entre o depoimento e alguns fatos verificados na investigação. Ele não quis dar detalhes sobre quais fatos seriam esses e também não quis justificar a prisão de Carvalho e Ortega.

O advogado de Rogério Ortega e Alysson de Carvalho, João dos Santos Gomes Filho, classificou as prisões como desnecessárias. Ele informou que não vai tentar reverter o pedido na Justiça porque o prazo para o Gaeco encerrar o inquérito acaba amanhã e, na avaliação dele, após a conclusão das investigações, não há necessidade de os dois continuarem detidos.

Para o advogado, que também defende o ex-secretário Marco Cito e Ludovico Bonato, as prisões são "midiáticas" e possuem objetivo de colocar "pedras de tropeço no governo Barbosa Neto". "Eu lamento que no Brasil se decrete prisão preventiva e temporária e não se puna ninguém", comentou.

O advogado André Cunha,­­ que defende Eloir Valença, também criticou a prisão do seu cliente. Ele disse que vai autorizar a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Valença. Cunha também questionou como uma testemunha passa para suspeito no inquérito em menos de 24 horas e tem a prisão temporária decretada. "Nós vamos pedir que o juiz esclareça isso", afirmou. O advogado informou que vai interpor um pedido de habeas corpus.

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