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Atualizado em 26/06/2006, às 18h23

O governador Cláudio Lembo afirmou que 13 pessoas foram mortas pela polícia militar na madrugada desta segunda-feira no município de São Bernardo do Campo e Diadema, suspeitas de terem tentado resgatar presos de Centros de Denteção Provisória e tentar matar agentes penitenciários na região. Eles teriam ligações com uma facção criminosa que atua no estado, segundo informou a secretaria de Segurança Pública (SSP).

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu, a polícia soube da ação através de grampo telefônico, autorizado pela Justiça, e se antecipou aos ataques. Os policiais revidaram quando os criminosos reagiram, afirmou o secretário.

O anúncio de novos ataques foi feito de forma inesperada pelo governador na manhã desta segunda-feira, durante uma entrevista coletiva para falar de parcerias privadas. Segundo Cláudio Lembo, a cidade sofreu tentativas de ataques entre às 22h de domingo e 9h desta segunda.

Ainda segundo a secretaria de Segurança Pública, os 13 suspeitos morreram em confronto com a polícia. Dez suspeitos morreram durante um confronto com policiais num posto de gasolina em São Bernardo do Campo. Os outros três morreram num conflito numa praça em Diadema. A SSP informou que os suspeitos mortos reagiram à voz de prisão dada pelos policiais.

O governador afirmou que a polícia se antecipou à ação porque as ligações do grupo estavam grampeadas. Disse também que as ligações grampeadas não foram feitas de dentro dos presídios. Cláudio Lembo afirmou que o grupo tinha planos de realizar vários ataques a prédios e funcionários públicos.

Segundo ele, o governo tem o controle das penitenciárias do estado. Perguntado se a nova onda de ataques poderia ter sido iniciada porque os presos em Presidente Venceslau estariam insatisfeitos com a presença de agentes da polícia reforçando a segurança, Lembo disse:

- Tudo pode ser possível. O crime tem uma imaginação imensa - afirmou o governador.

O secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro, garantiu que a segurança no estado foi reforçada. Ele disse que agora os criminosos já sabem como a polícia vai agir em caso de novas tentativas de resgate de presos. De acordo com Saulo, não há possibilidade de que novos atentados venham a acontecer em São Paulo.

- A segurança foi reforçada e monitorada. Essa operação foi um bom aviso. Quem pretender atacar prédio público ou funcionários já sabe como será a ação da polícia. Nós esperamos sempre que joguem as armas e se entreguem. Duzentos e setenta fizeram isso. Oitenta resolveram enfrentar e morreram - disse o secretário.

Saulo disse que a polícia já prendeu 270 suspeitos de participarem dos ataques à bases policiais no mês passado. O último relatório dava conta de 130 pessoas mortas. Suspeitos foram presos até no sul de Minas Gerais e na fronteira com o Paraná. Alguns alugaram chácaras para se esconder.

- A forma de agir é conhecida. Esse pequeno exército é formado por pessoas ligadas a droga. É o jovem que está na ponta da linha e muitos nem antecedentes criminais tem - afirmou.

Segundo o secretário, a lógica de atacar órgãos públicos é gerar desestabilização e deixar a população insegura, já que até a polícia está sendo atacada. Ele disse que não há tortura e maus tratos aos presos. O sistema penitenciário de São Paulo tem 142 mil presos.

No mês de maio, entre os dias 12 e 19, facções criminosoas promoveram a maior série de ataques a bases policiais, órgãos civis e alvos civis no estado. Também uma onda simultânea de rebeliões atingiu os presídios do estado.

Os ataques teriam acontecido depois que mais de 700 presos foram transferidos para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. Os transferidos integram uma facção criminosa que atua no estado.

Durante os ataques, morreram policiais militares, civis, guardas metropolitanos e civis. Também foram mortos suspeitos de terem participado da ação. A SSP admitiu a morte de 122 pessoas na Grande São Paulo durante a onda de violência.

Mas um levantamento feito pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo mostrou que 492 mortes por arma de fogo aconteceram entre os dias 12 e 19, um número muito acima do normal. Órgãos de Direitos Humanos, Ministério Público, a Defensoria do Estado e a Ouvidoria de Polícia apuram em que circunstâncias as mortes ocorreram.

Secretário garante que não há possibilidade de novos ataques

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