A Polícia Federal (PF) suspendeu os depoimentos dos presos na Operação Hurricane, que desmontou um esquema de exploração de jogos ilegais, corrupção, lavagem de dinheiro e venda de decisões judiciais e informações privilegiadas favoráveis aos bicheiros e donos de casas de bingo e de máquinas caça-níqueis. Contraventores, magistrados e advogados estão em encarcerados na Superintendência da PF desde o início da manhã de sábado (14).
Os depoimentos devem ser retomados somente nesta segunda-feira (16) a partir das 8h. A Polícia Federal quer analisar a farta documentação que desembarcou em Brasília à 13h30 neste domingo (15) para só então dar continuidade aos interrogatórios.
Os agentes esperam encontrar nos 1.100 quilos de documentos e computadores informações para confrontar os presos que se recusam a dar declarações. A maioria optou pelo silêncio, orientada por advogados que reclamam que não tem acesso aos autos do inquérito que corre em segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal (STF).
Alguns envolvidos com jogos ilegais e corrupção já se dispuseram a dar declarações quando tiverem conhecimento do inquérito.
São, no total, duas toneladas de documentos, anotações, agendas, computadores e jóias que serão transportadas para Brasília. O material será periciado no edifício-sede da Polícia Federal. Dada a quantidade de material, serão necessárias duas viagens.
Os 25 presos na Operação Hurricane começaram a prestar depoimento no sábado (14) na superintendência da PF em Brasília. Foram ouvidos até o momento 17 pessoas. Outros oito presos devem falar na segunda-feira (16).
O esquema
O grupo preso na sexta-feira (13) na Operação Hurricane, deflagrada no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Distrito Federal, é acusado de vender decisões judiciais e informações privilegiadas favoráveis aos bicheiros e donos de casas de bingo e de máquinas caça-níqueis. Contraventores, magistrados e advogados também são acusados de lavagem de dinheiro e corrupção.



