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Suzane von Richthofen, ré confessa do assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, não pediu visto ou passaporte alemão durante os dez meses em que esteve em liberdade. A declaração foi dada por escrito pelo consulado alemão em São Paulo e repassada ao desembargador Damião Kogan pelos advogados dela, de acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça. Kogan é o responsável por analisar o pedido de hábeas-corpus de Suzane, que está presa no Centro de Ressocialização de Rio Claro, no interior do estado.

A declaração do consulado contradiz informações repassadas pelo promotor Roberto Tardelli, responsável pelo caso. Em entrevista coletiva, na semana passada, Tardelli afirmou que Suzane teria pedido a cidadania alemã enquanto estava em liberdade. Ela não teria conseguido o visto por ter perdido o prazo para entrega de documentos. Esse seria um indicativo de que ela pensava em fugir.

Para julgar o hábeas-corpus, Kogan pediu informações do delegado José Mazzi, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, sobre a forma como Suzane foi mantida presa antes de ser mandada para uma penitenciária, e do juiz do 1° Tribunal do Júri de São Paulo, Richard Francisco Chequini, que decretou a prisão da jovem. O juiz deve informar quais foram os documentos apresentados pelo Ministério Público para pedir a prisão da jovem. No parecer, Chequini afirmou que uma fotografia apresentada pelo Ministério Público mostrava que Suzane tinha acesso a Andreas von Richthofen, seu irmão, com quem disputa a herança da família. Para o juiz, a foto comprovaria que Andreas corria risco. O delegado já entregou as informações pedidas.

Suzane foi presa novamente no dia 10 de abril, após polêmica entrevista concedida ao programa Fantástico da TV Globo. A equipe de reportagem gravou uma conversa entre Suzane e seu advogado - sem o conhecimento deles - em que ela é orientada a chorar e manter uma imagem sofrida. O promotor do caso, Roberto Tardelli, entrou então com pedido de prisão preventiva alegando que o desmascaramento da farsa poderia incentivar a acusada a fugir. Mas o juiz do 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo determinou a prisão de Suzane por outros motivos. Para ele, a liberdade dela representaria um risco ao irmão Andreas , já que os dois disputam na Justiça a herança da família.

Depois de passar 3 anos na cadeia, Suzane havia sido libertada em junho do ano passado graças a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Os advogados da acusada apresentaram um novo pedido de hábeas-corpus na última segunda-feira, alegando que ela tem residência fixa e não representa risco para ninguém.

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