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Tragédia em Congonhas

TAM nega acesso de famílias à apólice de seguro do Airbus 320

Segundo associação das vítimas, companhia alegou que o contrato é sigiloso

Sandra Assali, presidente da Associação de Familiares de Vítimas de Acidentes Aéreos, afirmou que terminou sem acordo nesta sexta-feira um encontro com parentes de vítimas do vôo 3054 e representantes da TAM. Sandra afirmou que os parentes queriam conhecer a apólice de seguro da companhia com a seguradora. A TAM afirmou, porém, que o contrato é sigiloso.

Na reunião, ficou acertado que a TAM vai depositar R$ 29 mil nas contas dos parentes das vítimas - R$ 14 mil referentes ao seguro obrigatório, cujo valor é de R$ 14.700 por passageiro - e outros R$ 15 mil a título de antecipação de indenização, que futuramente será coberta pela apólice da AIG Seguros. A TAM informou que as pessoas que já estão com atestado de óbito podem procurar a empresa para conversar sobre a indenização.

Sandra perdeu o marido no acidente de 1996 com o Fokker 100 da TAM. Segundo ela, a TAM disse a mesma coisa na época

- Só consegui a apólice pela sensibilização de alguém num órgão federal. Recebi em um envelope pardo e só a cobertura de responsabilidade civil, referentes às vidas perdidas, a apólice era no valor de R$ 400 milhões, o que daria R$ 4 milhões por família. Não recebemos nem um terço disso - disse Sandra.

Segundo ela, nos Estados Unidos, em caso de acidentes aéreos, as apólices são imediatamente abertas às famílias.

- O que está havendo neste momento é uma movimentação para que os parentes recebam o seguro obrigatório, que é pago pelo usuário junto com a passagem aérea, que é de R$ 14 mil por pessoa.

Para Sandra, é um absurdo ter que processar a TAM para obter indenização acima deste valor pela perda de parentes. Ela argumenta que a briga jurídica pode durar cerca de 10 anos.

- Meu caso se resolveu em seis anos porque foi julgado no exterior. Como era a primeira vez que ocorria um acidente de grandes proporções no Brasil, era tudo muito confuso, mas conseguimos uma brecha para julgamento no exterior.

Dez famílias já procuraram um escritório de advocacia nos Estados Unidos, na tentativa de abrir a ação na Justiça americana.

- Como no vôo havia um peruano, naturalizado americano, a Justiça americana pode entender que, por ser o mesmo acidente que matou todas as vítimas, os brasileiros têm direito ao litígio no país - explicou.Assine O Globo e receba todo o conteúdo do jornal na sua casa

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