O Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR) pediu a exoneração do servidor público Carlos Henrique Gílio, do cargo de gerenciador de processamentos de dados, da prefeitura de Atalaia, no Norte do Paraná. Ele foi aprovado em primeiro lugar em um concurso público municipal criado pelo próprio pai, prefeito à época e já falecido, Antônio Carlos Gílio, na gestão 2005-2008.
No entendimento do órgão de controle, o ex-prefeito teria conduzido todos os trâmites do concurso - que teve apenas dois inscritos -, e beneficiados o filho, admitido em 2007, desrespeitando "os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade pública". A conduta correta, devido ao grau de parentesco, deveria ser o afastamento total da elaboração do concurso, o que foi ignorado pelo gestor municipal, segundo o TC.
O servidor, por sua vez, se defende. "Eu, como cidadão, tinha direito de concorrer à vaga. Sou capacitado para a função. Meu pai teria que ter renunciado para eu participar?" O TC também avaliou não enxergar necessidade da criação do cargo em um município com menos de 5 mil habitantes. Avaliação também questionada pelo filho do ex-prefeito. "A exigência partiu do próprio TC, em 2001, de que as prefeituras trabalhassem com sistemas organizados de dados."
Ele afirma ainda que desde janeiro do ano passado tem trabalhado em disfunção com o ofício, já que, por determinação da prefeitura, após pedido de suspensão do registro de admissão pelo TC-PR, exerce o cargo de técnico em informática.
O departamento jurídico do município afirma que o servidor foi notificado da decisão na manhã desta segunda-feira (24) e que agora aguarda decisão do processo. Já Carlos Henrique Gílio garante que pretende impetrar recurso contra a decisão.
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