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As empreiteiras suspeitas de integrar o esquema de corrupção na Petrobras ganharam de outros órgãos e empresas federais obras com valores que podem ter sido inflados em ao menos R$ 1,1 bilhão, segundo relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com auditorias abertas a partir de 2003, o chamado "clube vip" de empreiteiros teve contratos superfaturados em 20 grandes empreendimentos, como a construção de ferrovias, rodovias, aeroportos e canais da Transposição do Rio São Francisco. As auditorias ainda não chegaram a render conclusões do TCU, pois na maioria dos casos as empreiteiras contestam, por meio de recursos, os critérios usados pelo tribunal.

Segundo os técnicos, tanto na Petrobras quanto em obras de outras áreas o sobrepreço é a principal fonte de prejuízos nos empreendimentos tocados pelas construtoras, que tiveram parte de executivos presa na sétima fase da Operação Lava Jato. Na estatal, o "clube" dos empreiteiros obteve contratos de R$ 59 bilhões. Segundo o TCU, as irregularidades detectadas em somam R$ 3 bilhões.

Ampliação

A  Polícia Federal pretende ampliar as investigações para além da Petrobras. A suspeita é que o esquema, que envolvia o pagamento de propina e o financiamento de partidos em troca de contratos superfaturados, tenha funcionado em outras áreas do governo.

Na construção das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste em Goiás e Tocantins, contratada pela Valec, a diferença de preços é de R$ 475 milhões. Na ferrovia Norte-Sul, as empresas do "clube" assumiram 14 lotes de obras. Em quatro deles, sob responsabilidade da Constran-UTC, o TCU achou "gordura" de R$ 64,6 milhões em contratos de R$ 390 milhões.

Em outros três segmentos a cargo da Andrade Gutierrez, orçados em R$ 702 milhões, os preços tiveram um aumento de R$ 112 milhões. Só no trecho de 109 quilômetros entre Córrego Jabuti e Córrego Cachoeira Grande, no Tocantins, o contrato inicial com a construtora, de R$ 270 milhões, estava R$ 43 milhões ou 15% mais caro.

A Valec ainda firmou aditivos que aumentaram o valor global dos serviços para R$ 290 milhões. Um dormente, que deveria custar R$ 279, saiu a R$ 367. O TCU mandou a estatal repactuar os preços. 

O TCU também suspeita de superfaturamento em outros projetos, como o metrô de Salvador (Bahia). O consórcio formado por Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez recebeu R$ 312 milhões para construir o trecho Lapa-Pirajá. Segundo cálculos de auditores, a preços de mercado, o segmento custaria R$ 146 milhões.

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