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relações internacionais

Temer chega à China para tentar vencer desconfiança em relação ao momento do Brasil

Missão é convencer o mundo de que a instabilidade política ficou para trás e que o governo toma as medidas necessárias para garantir segurança aos investimentos estrangeiros

 | Beto Barata/PR
(Foto: Beto Barata/PR)

Michel Temer (PMDB) tinha pressa para que o impeachment fosse aprovado pelo Senado ainda no mês de agosto. Ele queria – e conseguiu – embarcar a tempo para a China como presidente em definitivo. Lá se reunirá com empresários chineses para assinar contratos de pelo menos R$ 10 bilhões; terá encontros bilaterais com mandatários de China, Espanha, Japão, Itália e Arábia Saudita; e participará da reunião de dois dias do G20, que reúne as maiores economias do mundo.

Veja a agenda do presidente recém-empossado na China

Mais do que atrair recursos para o país, o peemedebista tentará convencer o mundo de que a instabilidade política ficou para trás e que seu governo já está tomando as medidas necessárias para ajustar a economia e garantir segurança jurídica para investimentos estrangeiros.

Em uma agenda bastante extensa, Temer terá de vencer a desconfiança da comunidade internacional em relação a todo a polêmica que cercou o processo que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Os principais parceiros comerciais do país, como Estados Unidos, União Europeia e Argentina, já manifestaram oficialmente o desejo de manter e ampliar as relações com o Brasil. “A União Europeia vai continuar trabalhando com o governo brasileiro para fortalecer ainda mais nossas relações, além da nossa parceria estratégica para progressos no acordo com o Mercosul de forma a lidar com desafios regionais e globais”, afirmou a Comissão Europeia em comunicado.

Somente um dia depois do impeachment, porém, o mundo ainda age com certa cautela em relação ao Brasil. “Será uma vergonha se a História mostrar que ela estava certa. Mas o legado de Dilma Rousseff e os eventos que levaram a sua queda são mais complexos do que se admite”, escreveu o jornal americano New York Times, em editorial publicado nesta quinta-feira (1.º), ao comentar a menção à narrativa de “golpe” encampada pela petista.

Na quarta (31), na primeira reunião ministerial como presidente efetivo, o próprio Temer reconheceu que, no plano internacional, o PT conseguiu “com algum sucesso dizer que no Brasil houve um golpe”. “Não estamos viajando a passeio, mas para revelar aos olhos do mundo que temos estabilidade política e segurança jurídica. Será o primeiro momento de revelarmos ao mundo a unidade brasileira e já começar a trazer recursos para cá”, disse na ocasião.

Conforme Temer afirmou aos ministros, que fará “muitas viagens para o exterior”, a agenda dele até o fim do ano ainda terá uma ida a Nova Iorque no fim deste mês, onde participará da Assembleia-Geral das Nações Unidas – tradicionalmente, o representante do Brasil faz o discurso de abertura. Em outubro, participará da 8.ª Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), na Índia, e da 25.ª Cúpula Íbero Americana, na Colômbia. O Palácio do Planalto também planeja compromissos nos Estados Unidos, Japão, Argentina e Paraguai.

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