
O presidente da Câmara Federal, Michel Temer (PMDB-SP), negou ontemque a Mesa Diretora tenha decidido executar obras de R$ 150 milhões para dividir parte dos apartamentos funcionais dos deputados em dois e, assim, permitir local de moradia para todos os 513 parlamentares da Casa em Brasília. Temer afirmou que há apenas um estudo sobre o assunto, que foi apresentado pelo quarto- secretário da Câmara, Nelson Marquezelli (PTB-SP), em uma reunião na terça-feira.
"Não houve qualquer decisão quanto ao tema, envolvendo ou não investimentos, até porque o estudo, capaz de viabilizar economias na rubrica, demanda de maior exame pelos membros da Mesa", afirmou Temer em nota divulgada ontem à tarde. "Ontem (terça), houve mera exposição a propósito da divisão física dos imóveis para eliminar o auxílio-moradia", continuou a nota que tratou de outros dois assuntos que foram discutidos na reunião de ontem da Mesa, o uso da verba indenizatória e as passagens aéreas. Temer levou o assunto para o plenário, afirmando que as decisões foram "mal-interpretadas pela grande imprensa".
"As notícias equivocadas, nas manchetes e fotos, visam colocar a Câmara em confronto com a opinião pública", disse Temer, classificando a situação como uma "pancadaria" em relação à Câmara. Líderes partidários e deputados discursaram após Temer, manifestando solidariedade à Mesa e ressaltando a importância do Poder Legislativo para a democracia.
"Definitivo"
Na terça-feira, após a reunião da Mesa, Marquezelli, responsável pela administração dos imóveis da Casa, anunciou a obra como uma decisão da Mesa. Na entrevista, Marquezelli chegou a ser confrontado com a informação de que administrações anteriores da Câmara já haviam feito a proposta de divisão dos apartamentos, mas que a obra nunca tinha sido levado adiante. "À tarde assinarei por definitivo para que se inicie a contratação e a divisão dos apartamentos", disse Marquezelli, na terça-feira.
Ele informou ainda que a Casa abriria nova licitação e que as obrsa custariam R$ 150 milhões. Mais tarde, responsáveis pelo setor habitacional da Casa informaram que o valor era referente a todas as etapas de reforma, já em andamento, dos apartamentos funcionais. O valor estimado da terceira etapa, que inclui a divisão dos imóveis, era em torno de R$ 80 milhões. Marquezelli disse também que, com a divisão, seria extinto o auxílio-moradia, proporcionando à Casa uma economia de R$ 13 milhões por ano.



