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Eleições 2014

Temer enaltece Requião, mas opta por ficar neutro na disputa do PMDB

Vice-presidente “lavou as mãos” sobre o impasse na sigla, que não decidiu se terá candidatura própria ou apoiará Beto Richa nas eleições ao governo do Paraná

Temer, ao centro, entre representantes das duas alas do PMDB no Paraná: Pessuti e Osmar Serraglio (esq.) e Requião (dir.) | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Temer, ao centro, entre representantes das duas alas do PMDB no Paraná: Pessuti e Osmar Serraglio (esq.) e Requião (dir.) (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Em festa comandada por aliados do senador Roberto Requião (PMDB), o vice-presidente da República e presidente nacional licenciado do PMDB, Michel Temer, "lavou as mãos" e disse que não pretende interferir na convenção estadual da sigla. Em discurso, Temer enalteceu Requião, mas disse que o mais importante era a "união" do partido após a convenção – seja quem for o vencedor. No próximo dia 20 de junho, os peemedebistas vão às urnas escolher se querem se aliar ao governador Beto Richa (PSDB) ou se querem ter Requião ou Orlando Pessuti como candidato nesta eleição.

Temer foi homenageado pelo PMDB em almoço no Restaurante Madalosso, em Curitiba – embora, em seu discurso, tenha notado que a homenagem era "muito mais ao nosso candidato Requião". A lista de presença refletia a intensa divisão do partido: dos deputados estaduais ligados a Richa, apenas Stephanes Jr., presidente do diretório de Curitiba, estava presente – e subiu ao palanque somente depois que Requião terminou seu discurso.

Nas mesas, os militantes vibraram com o discurso do senador, mas recepcionaram com frieza a fala do presidente estadual do partido, Osmar Serraglio.

União

O vice-presidente evitou entrar no meio do fogo cruzado. Disse que, em um partido como o PMDB, as discordâncias são normais, mas que o que mais importa é a união em um momento de campanha. "Evidentemente que a orientação do diretório nacional é sempre no sentido de nós termos o maior número possível de governadores, mas jamais desobedecemos àquilo que os diretórios locais decidem", disse. "A minha palavra é de unidade. Decidam soberanamente na convenção estadual e depois deem as mãos para ganhar poder no estado do Paraná."

Temer ressaltou, também, que o objetivo maior do partido nacionalmente deve ser criar uma candidatura viável para a Presidência da República em 2018.

Sem possibilidade

Apesar da neutralidade de Temer, Requião disse considerar "impossível" que a convenção decida pela aliança com Richa. "Isso [aliança com Richa] é rigorosamente impossível. O PMDB não está à venda e não pode apoiar um governador que não governa", disse. Ele afirmou, ainda, que não considerou Temer "em cima do muro". "O Temer é presidente do partido, ele não pode antecipar uma convenção. Agora, não sei que muro é esse, pois ele veio aqui [ao evento]."

Já o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, que defende uma "aliança programática" com Richa, disse que Temer apenas repetiu o que já havia dito em reunião na última terça-feira: não haverá participação da direção nacional na disputa. Romanelli afirmou que vai defender a aliança com Richa e que a disputa promete ser acirrada. O deputado frisou também que o almoço de ontem não pode ser considerado um evento do PMDB, e sim um evento da corrente pró-Requião.

Colaborou Talita Boros Voitch, especial para Gazeta do Povo.

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