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Muro n a Avenida Paulista pintado com os rostos de Dilma e Temer: separação litigiosa. | Nelson Almeida/AFP
Muro n a Avenida Paulista pintado com os rostos de Dilma e Temer: separação litigiosa.| Foto: Nelson Almeida/AFP

A cadeira de Dilma Rousseff ainda não está vaga – depende de o Senado chancelar o processo de impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados no domingo (17). Mas, mesmo assim, o vice Michel Temer (PMDB) articula e dá as cartas como se tivesse assumido de fato a presidência da República, apesar de o discurso ser o de “cautela”.

O mais novo passo do peemedebista, indicando a inclinação rumo ao Palácio do Planalto, foi pedir ajuda ao senador tucano Aloysio Nunes (PSDB) para “trabalhar” a imagem do impeachment no exterior, desvinculando-o da expressão “golpe”, martelada pelo governo, pelo PT e por simpatizantes de Dilma – presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Nunes está em viagem oficial a Washington, nos Estados Unidos, para encontros com autoridades do governo e do Congresso norte-americano.

“Conversei [com Michel Temer] pouco antes de vir, quando ele manifestou preocupação com esse tipo de orquestração promovida pelo governo brasileiro, que é profundamente lesiva aos interesses permanentes do país”, disse o tucano, em entrevista à Rede BBC.

“Ele me telefonou preocupado com essa campanha e perguntou o que a Comissão de Relações Exteriores do Senado poderia fazer a respeito. Ele manifestou preocupação e indignação com declarações desses dois personagens, Almagro e Samper”, emendou, em referência ao subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado dos EUA, Thomas Shannon, que serviu como embaixador no Brasil, e ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro – ambos fizeram ressalvas recentes ao processo de impeachment.

“Informei [a Temer] que a comissão havia discutido uma carta de repúdio às últimas declarações do Samper e que continuaríamos na linha de esclarecer a real situação política do Brasil hoje. Também informei que já tinha programado a viagem aos EUA e iria tratar desses assuntos com meus interlocutores”, ressaltou Nunes, ainda em entrevista à BBC.

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Boca quase fechada

Pela primeira vez depois que o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o prosseguimento do pedido de impeachment de Dilma Rousseff , Temer (PMDB) fez uma declaração à imprensa para destacar que vai aguardar a decisão do Senado Federal sobre o processo.

“Só quero fazer uma brevíssima declaração para dizer que muito silenciosa e respeitosamente vou aguardar a decisão do Senado Federal, que é quem dá a última palavra sobre essa matéria. Portanto, seria inadequado que eu dissesse qualquer coisa antes da solução a ser dada pelo Senado Federal”, afirmou, na saída de sua residência, em São Paulo.

Após a aprovação da admissibilidade do impeachment de Dilma pelos deputados, Temer voltou para São Paulo e tem se reunido com sua equipe, com lideranças partidárias e os nomes cotados para o seu eventual governo.

Na noite de segunda (18), o peemedebista jantou com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, um dos nomes cotados para a pasta da Fazenda, mas que teria recusado o convite.

Na manhã desta terça (19), um outro nome para o Ministério da Justiça em um eventual governo Temer se reuniu com o vice-presidente em sua residência na capital. O secretário de Segurança Pública do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Alexandre de Moraes, esteve com o vice por cerca de uma hora.

Moraes disse que os dois são amigos há mais de 20 anos, das aulas de direito constitucional, e que foi à casa do peemedebista para saber se ele precisava de alguma medida com relação à segurança da área, por ser vice-presidente, mas “aguardando a possibilidade de assumir a Presidência”.

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