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Temer e Renan: senador está insatisfeito com a perda de prestígio. | Eduardo Anizelli/Folhapress
Temer e Renan: senador está insatisfeito com a perda de prestígio.| Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

O presidente Michel Temer está tendo de dedicar tempo à “administração” da disputa interna em seu partido, o PMDB: as alas da Câmara e do Senado entraram em guerra nesta semana. Temer quer evitar que disputas internas do PMDB prejudiquem a aprovação de reformas consideradas importantes pelo governo no Congresso.

Na noite da quinta-feira (9), Temer recebeu no Palácio do Planalto o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que está se sentindo desprestigiado, com perda de espaço no partido. Renan quis apresentar suas demandas ao presidente.O governo sabe o motivo dos ataques de Renan: o ex-presidente do Senado reclamou da nomeação do deputado Maurício Quintella (PR-AL), que não integra seu grupo político, no Ministério dos Transportes. Agora, o senador pleiteia a Secretaria de Portos, vinculada ao Ministério dos Transportes, para tentar ter influência na pasta e mostrar seu poder.

O fator Lava Jato

A briga interna do PMDB envolvendo nomes da cúpula da legenda também tem se agravado, segundo auxiliares palacianos, por causa dos avanços da Operação Lava Jato. Às vésperas do recebimento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da lista de investigados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base nas delações da Odebrecht, o presidente nacional do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), tem sido um dos principais alvos.

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As queixas contra Jucá – alvo da Lava Jato – vão desde a falta de atendimento no gabinete às acusações de uso de recursos do partido sem transparência. “Acho que é preciso ter transparência. É preciso renovação. Não vou entrar no mérito das denúncias, mas acho que seria bom para o partido que o Jucá se licenciasse”, disse o segundo-vice-presidente do PMDB, deputado João Arruda (PR). Procurado, Jucá não comentou.

Arruda integra um movimento encampado pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MT) que pede a saída do comando do PMDB de todos aqueles que são alvo da Lava Jato. Em meio a esse impasse, Temer também deverá ser procurado por integrantes do grupo nos próximo dias, ocasião em que serão apresentas as queixas relacionadas à condução da legenda.

Logo após a divulgação da carta, Renan (que também é investigado pela Lava Jato) acusou Marun de ser o porta-voz do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e estar chantageando o presidente Temer para conseguir indicações desse grupo. Renan citou como exemplos dessa chantagem a nomeação do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça, de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) para a liderança do governo na Câmara e de André Moura (PSC-SE) para a liderança no Congresso.

Tentativa de “conversa”

Na noite de quarta-feira (8), Temer teve mais uma das suas reuniões com Jucá, seu fiel aliado. Na pauta, o atendimento de demandas para tentar reduzir a “ira” de peemedebistas insatisfeitos com o líder. No Planalto, a avaliação é de que essa tentativa de tirar o senador do comando do partido não vai longe e também será resolvida com uma “conversa” com os parlamentares descontentes.

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