
Atingido pelas suspeitas de corrupção envolvendo a Petrobras investigadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, anunciou que vai deixar o Conselho de Administração da Hidrelétrica de Itaipu, antecipando em um ano e meio o fim de seu mandato no cargo. Segundo o presidente do partido, Rui Falcão, o afastamento de Vaccari é uma decisão do governo que se alia à vontade do tesoureiro de "se concentrar mais nas atividades" da legenda.
O anúncio da saída é providencial para a campanha de Dilma Rousseff (PT), desconfortável com os ataques dos adversários contra Vaccari. "Não há nenhuma denúncia comprovada envolvendo o companheiro Vaccari", afirmou Falcão. O dirigente acrescentou que ele permanece cuidando das contas do PT. "Não há nenhuma razão para substituí-lo."
Segundo o presidente do PT, Vaccari lhe disse que deixaria Itaipu "antes do surgimento das denúncias infundadas". O mandato de quatro anos no conselho da Itaipu, para o qual Vaccari foi reconduzido em 17 de maio de 2012, só expiraria em 16 de maio de 2016.
Munição
Apesar de assessores do Planalto acharem que Vaccari deveria mesmo deixar o posto de imediato, a tese é repudiada por outras correntes internas da campanha de Dilma. Há quem ache que isso será uma "confissão de culpa" e que poderá "dar munição" para o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (PSDB), no debate da TV Globo, hoje. No debate da TV Record, no domingo passado, Aécio questionou a presidente se o tesoureiro do PT iria continuar na função de conselheiro de Itaipu após ser citado nas denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Por três vezes, o tucano perguntou a Dilma se ela confiava em Vaccari.
O tesoureiro do PT foi acusado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef de participar de esquema de arrecadação de propina para a sigla, paga por empresas com negócios com a estatal.



