Atualizado em 19/12/2006 às 19h22
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, aceitou ficar no cargo mais um mês. Segundo o ministro, apenas em janeiro o presidente pretende fazer mudanças na sua equipe de governo. Bem-humorado, Thomaz Bastos disse que pretende descansar depois que deixar o ministério. Perguntado sobre o que iria fazer, respondeu:
- Vadiar um pouco. Depois, advogar, mas de leve. Não tenho quarentena legal, mas vou me impor uma quarentena de 5 ou 6 meses em algumas áreas em que não pretendo advogar tão cedo, como por exemplo Supremo Tribunal Federal (STF) e Polícia Federal. Estava programado para ficar quatro anos (no governo). Vou ficar quatro anos e um mês, ou seja, em vez de ficar 48 meses, vou ficar 49.
Bastos disse que seu sucessor será escolhido em janeiro e que continuam cotados o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e o ministro do STF Sepúlveda Pertence.
O ministro da Justiça foi elogiado por Lula durante cerimônia de sanção de três leis que integram a Reforma do Judiciário, sendo a principal aquela que regulamenta a utilização da súmula vinculante pelo Supremo, mecanismo que obriga as instâncias superiores do Judiciário a seguirem as decisões tomadas pela mais alta corte de Justiça. Lula disse que Bastos é um exemplo de postura republicana.
- É um republicano de corpo, alma e comportamento. Ele não era contra a matéria, mas tinha objeção. Entretanto, como grande republicano que é, não criou um único obstáculo para que fosse votada. Ao ver sua tese derrotada no Congresso, eis que está aqui com um sorriso, exemplo maior de uma nação republicana - disse Lula, para completar, brincando:
- E não permitimos que ele falasse, porque aí já seria demais.
A permanência de Bastos no cargo até janeiro foi decidida pela manhã, depois de se reunir com Lula. O ministro queria sair no final deste ano, mas foi demovido pelo presidente.
Tarso Genro voltou a dizer nesta terça que Lula deverá anunciar dois ou três novos ministros antes da posse, deixando o restante da montagem do Ministério para janeiro.
- O presidente vai anunciar apenas dois ou três ministros até a posse. Ele vai formando um juízo para no mês de janeiro fazer a remontagem total do governo - disse o ministro.
Lula precisa jogar com as posições no Congresso e com a indicação de ministros para compor os interesses dos dez partidos da coalizão de governo: PT, PMDB, PSB, PP, PDT, PTB, PR (ex-PL), PCdoB, PV e PRB.
- O presidente me autorizou a montar uma agenda para ouvir mais algumas bancadas e partidos que precisam ser ouvidos - informou Tarso Genro.
Na quinta-feira, o conselho político da coalizão se reúne para conhecer as medidas econômicas e projetos de infra-estrutura, com o objetivo de promover um maior crescimento do PIB.



