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Eleição deixará sequelas, afirma José Múcio

O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, admitiu ontem que haverá sequelas na base aliada governista após a disputa pelos comandos da Câmara e do Senado. Como nas duas Casas Legislativas candidatos da base aliada governista disputam as presidências, Múcio disse que terá de trabalhar para acalmar os ânimos dos governistas – especialmente aqueles que perderem a corrida eleitoral.

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O candidato do PT à presidência do Senado, Tião Viana (AC), ampliou seu otimismo ontem, véspera da eleição para o comando da Casa. Após reunião com a bancada petista e outros aliados, o senador diz agora contar com 43 votos, contra 38 de José Sarney (PMDB-AP). Para vencer, são necessários os votos de 41 dos 81 senadores. A eleição está prevista para começar às 10 horas.

"Queremos 49 votos, mas ainda não é possível dizer isso. Os erros do outro candidato foram muitos, começaram pela arrogância, pelo menosprezo pela minha candidatura. É aguardar se a decisão será por um novo Senado", afirmou Tião, que admitiu a possibilidade de que parte dos senadores com que conversou esteja anunciando votos nos dois candidatos.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que participou da reunião petista, também insistiu na expectativa de vitória.

"Estamos animados e realistas, porque o outro lado está fantasiando que tem 50 e poucos votos."

O senador minimizou o potencial de traição dentro da bancada tucana, prometendo pelo menos 11 dos 13 votos para Tião. E voltou a fazer ameaças contra o senador Papaléo Paes (PSDB-AP), que anunciou publicamente voto para Sarney.

"Ele não será indicado para posição (cargo) nenhuma", afirmou Virgílio, voltando a cogitar intervenção nacional no diretório do PSDB amapaense. Além de Papaléo, os tucanos acreditam que Alvaro Dias (PSDB-PR) também possa votar em Sarney.

O novo líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), relembrou que Sarney havia prometido que não seria candidato e argumentou que o PMDB do Senado já tem bastante poder: dois ministérios – Edison Lobão (Minas e Energia) e Hélio Costa (Comunicações) – e os líderes do governo no Senado e no Congresso.

"Apoiamos o PMDB nos últimos seis anos, inclusive no momento mais difícil, no caso Renan Calheiros. Nós esperávamos apoio agora. Sarney tem um história política que nós respeitamos, mas ele disse para mim que não seria candidato e que via com otimismo a candidatura de Tião."

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que declara publicamente voto em Tião, previu que, qualquer que seja o vencedor, ganhará por margem apertada, de três ou quatro votos, precisando assim lidar com um Senado dividido. Ele também justificou sua desobediência ao partido:

"O presidente do Senado deve ser uma pessoa que melhore a imagem interna e externa do Senado. E Sarney não tem condições de fazer isso porque tem um entorno muito ruim", afirmou.

Lula

Tião Viana afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou uma decisão "madura" ao manter-se neutro na disputa pelo comando da Casa. O petista disse acreditar, porém, que Lula votaria em seu nome caso fosse senador. "Tenho absoluto respeito. A decisão do governo de manter a neutralidade foi madura. Se o presidente fosse senador, votaria em mim. Mas como presidente, ele tem que se manter neutro."

Aliados de Tião esperavam um apoio mais incisivo de Lula ao petista, que integra o seu partido, mas o presidente preferiu optar pela distância porque reconhece que precisa do apoio do PMDB na Câmara e no Senado – duas maiores bancadas nas Casas Legislativas.

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