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tribunal de contas

TJ decide hoje futuro de Maurício Requião

Órgão especial do Tribunal de Justiça irá avaliar se o irmão do senador Roberto Requião deve retomar uma cadeira no Tribunal de Contas

Maurício Requião briga na Justiça desde 2009 para retomar sua cadeira no Tribunal de Contas. | Jorge Woll / SECS
Maurício Requião briga na Justiça desde 2009 para retomar sua cadeira no Tribunal de Contas. (Foto: Jorge Woll / SECS)

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decide nesta segunda-feira (18) o destino do ex-secretário de estado Maurício Requião, eleito para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TC-PR) em 2008, mas que está afastado do cargo desde março de 2009. O julgamento pode mudar a composição do TC se os desembargadores determinarem que Maurício deve assumir uma cadeira no órgão.

Na pauta de julgamento do TJ está um mandado de segurança impetrado pelo irmão do senador Roberto Requião. A ação, sob a relatoria do desembargador Antonio Loyola Vieira, é uma das várias a respeito do caso que correm na Justiça. Há um ano, o Ministério Público (MP) foi chamado a opinar no processo e considerou que ele tem direito a reassumir o cargo, mas que o atual ocupante da cadeira, Ivan Bonilha, também não deve deixar o TC.

Conforme aconselhamento do MP, Maurício só deve assumir a próxima vaga a ser escolhida pela Assembleia Legislativa, em outubro de 2017. Se o Órgão Especial seguir esse entendimento, até lá, ele pode se tornar um conselheiro virtual e, até mesmo, receber salário sem trabalhar. Na ocasião da apresentação do parecer do MP, a defesa de Requião considerou que não há suporte jurídico para que ambos ocupem o cargo.

O MP considera que o STF já equipara o cargo de conselheiro ao de magistrado, sendo, portanto, vitalício. Assim, não haveria como retirá-lo do cargo sem sentença transitada em julgado. O parecer diz ainda que o próprio TJ já desconsiderou vícios na eleição de Maurício.

Ao tratar da situação de Bonilha, atual presidente do TC, o MP aponta que, como ele concorreu de boa-fé à vaga e está no cargo de conselheiro há mais de dois anos, é preciso mantê-lo na cadeira do órgão. Na ocasião, a defesa de Requião rebateu dizendo que a abertura do processo para preencher a vaga de conselheiro foi inválida.

Imbróglio

A disputa pela vaga no TC passa por um imbróglio jurídico desde a escolha de Requião como conselheiro pela Assembleia Legislativa, em 2008 (veja mais ao lado). Ele acabou afastado do cargo por força de uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou ilegal a nomeação porque o processo eleitoral foi iniciado antes da aposentadoria efetiva do ex-conselheiro Henrique Naigeboren.

Além disso, Lewandowski entendeu que a indicação para o TC caracterizaria nepotismo, já que Maurício é irmão do senador, Roberto Requião (PMDB), que na época ocupava o cargo de governador. Por fim, pesou também o fato de a votação na Assembleia ter sido aberta, ao contrário do que ocorre no Congresso. Desde então, Maurício tenta, na Justiça, reassumir o posto.

Sem decisão final, em maio de 2011, o governador Beto Richa (PSDB) e o então presidente do Legislativo estadual, Valdir Rossoni (PSDB), anularam os atos que oficializaram a eleição e a posse de Maurício Requião. Com a cadeira considerada vaga, os deputados realizaram uma nova eleição e escolheram Ivan Bonilha, então procurador-geral do Estado.

A reportagem procurou a defesa de Maurício Requião, mas não obteve retorno.

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