O vice-presidente da República, José Alencar, disse na noite de quinta-feira (20) que "todos são contra" a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mas salientou que o governo não pode "adotar uma postura irresponsável" e abrir mão agora dos recursos provenientes de sua arrecadação.
Ele vinculou o fim da CPMF à reforma tributária e negou que o Palácio do Planalto tenha aberto o cofre para aprovar na Câmara a prorrogação da contribuição até 2011.
"Todos nós somos contra essa contribuição provisória, tanto que o governo preparou uma mensagem, a ser enviada agora ao Congresso, que é a reforma do sistema tributário nacional. O sistema tributário se transformou num verdadeiro cipoal", destacou Alencar, citando a proposta de criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
"Aí acaba não só a CPMF, como acaba PIS, Cofins, ICMS e são criados apenas dois impostos: um federal e um estadual".
Por enquanto, porém, ministros do governo Lula têm acenado somente com a redução da alíquota - hoje fixada em 0,38% - futuramente. O vice-presidente concorda que a sobrevida do chamado imposto do cheque é prejudicial ao desenvolvimento da economia.
Mas recorreu à responsabilidade do Executivo em relação ao "equilíbrio orçamentário" para defender sua prorrogação. "Obviamente que o Orçamento está se baseando no ingresso desses recursos com base na CPMF. Então o governo não pode abrir mão dela agora", disse.



