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Barbárie

Tráfico queima ônibus e mata cinco no Rio de Janeiro

Traficantes atearam fogo ao veículo em represália à morte de um bandido na Favela do Guaporé

RIO - O ataque a um ônibus levou terror ao subúrbio do Rio na noite desta terça-feira, deixando cinco passageiros mortos e 12 feridos. Uma menina de 2 anos e sua mãe morreram carbonizadas. Segundo a Polícia Militar, traficantes atearam fogo ao veículo em represália à morte de um bandido na Favela do Guaporé, no Complexo do Quitungo, na Penha. O bandido morreu durante uma troca de tiros na tarde de terça-feira.

O atentado ocorreu por volta das 22h, na esquina entre as ruas Irapuá e Guaporé, em Brás de Pina. Segundo testemunhas, 12 traficantes invadiram o ônibus da Viação Rubanil, da linha 350 (Irajá-Passeio). Uma passageira contou que o bando agrediu o motorista, jogou gasolina e uma bomba do tipo coquetel molotov no veículo, antes que os passageiros pudessem fugir. Ainda de acordo com o relato de testemunhas, pessoas desesperadas saíram pelas janelas com os corpos em chamas.

- Foi uma verdadeira cena de terror. Um dos piores momentos que já passei na minha vida. As pessoas pulavam pelas janelas, apavoradas. Graças a Deus, consegui escapar pela porta traseira do ônibus - contou Áurea Rodrigues, de 50 anos, funcionária da Fiocruz que teve as mãos e os braços queimados.

Continuam no Instituto Médico-Legal (IML) os corpos dos cinco mortos no ataque: três homens, uma mulher e sua filha de 2 anos, identificada como Vitória. A criança estava sentada no colo da mãe, e as duas morreram na hora.

Seis das 12 pessoas que ficaram feridas no ataque continuam internadas. O pai de Vitória, Rogério Mendes de Oliveira, de 27 anos, teve 50% do corpo queimado e está internado em estado grave no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital do Andaraí. As queimaduras atingiram o tórax e as costas. A estudante Viviane de Souza Eusébio, de 21 anos, está com 60% do corpo queimado, sendo atendida no mesmo hospital.

Duas pessoas estão internadas no Hospital Pró-Vita, antigo Hospital Cardoso Rodrigues, em Cascadura. Francisca Adriana Souza Lopes, de 30 anos, está em um quarto. Ela sofreu queimadura no braço e no antebraço. Roberta Teixeira Lopes, de 25 anos, está em observação no setor de emergência.

No Hospital Getúlio Vargas, na Penha, duas pessoas permanecem internadas. Uma delas é a cobradora do ônibus, Ana Crispim Dias, de 48 anos. Ela sofreu queimaduras de 1º e 2º graus nas costas e nas nádegas. Fábio Ferreira de Oliveira também está internado com queimaduras de 1º e 2º graus.

Seis pessoas atendidas no Hospital Getúlio Vargas e em hospitais particulares da região receberam alta entre a noite e a madrugada. São elas: Áurea Regina Rodrigues, Dominique Catrini de Jesus, Igor dos Santos, Úrsula Barreto, Érika Lisardo Bernardo e Luciana Gomes Sobrinho.

As vítimas mais graves estavam nos bancos da parte de trás do ônibus e não tiveram como escapar porque o motorista não pôde abrir a porta depois de ser agredido. Um passageiro, que não quis se identificar, contou que teve que se arrastar com uma amiga pelo ônibus para conseguir sair.

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