Um pedido de vista do líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSDB), adiou ontem a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do projeto do deputado Professor Lemos (PT) que prevê a extinção da pensão paga às viúvas de ex-governadores, que é de R$ 24,8 mil mensais. Atualmente, quatro viúvas recebem o benéfico no estado, entre elas Arlete Richa, viúva de José Richa e mãe do governador Beto Richa (PSDB).
Questionado sobre o motivo do pedido, Traiano negou que tenha agido em favor da mãe do governador. Segundo ele, o tema tem de ser discutido com cuidado, para que não se cometam injustiças. "Temos de preservar a imagem daqueles que fizeram a história do Paraná. Não se trata de defender ninguém. Cada caso é um caso e deve ser avaliado com coerência", declarou.
A manobra de Traiano foi criticada pelo deputado Tadeu Veneri (PT), que alertou para a incoerência do governo em relação à pensão paga às viúvas e ao corte do benefício concedido após a Constituição de 1988 a quatro ex-governadores a medida foi anunciada na semana passada. "Fazer política não é profissão. Além disso, nenhum deles contribui com a previdência estadual para ter direito ao benefício", criticou o autor da proposta, Professor Lemos.
Atualmente, cinco ex-governadores do Paraná continuam custando R$ 2,9 milhões por ano aos cofres do estado.



