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Traída por aliados e abandonada pelo PT, Dilma chega isolada ao desfecho do impeachment

O início da sessão que pode selar o afastamento definitivo da presidente do poder está marcado para as 9 horas desta quinta-feira (25)

 | Paulo Pinto/Agência PT
(Foto: Paulo Pinto/Agência PT)

Completamente isolada. Traída por aliados e abandonada pelo próprio partido, a presidente afastada Dilma Rousseff enfrenta a etapa final do processo de impeachment no Senado, a partir desta quinta-feira (25), com chances remotíssimas de reassumir o cargo. De um lado, a petista vê ex-ministros do seu próprio governo se somarem à maioria favorável à sua saída. De outro, parece ter perdido o respaldo do próprio partido, que chegou a rejeitar internamente a proposta defendida por ela de convocar um plebiscito sobre antecipação das eleições no país.

A sessão que pode selar a saída definitiva de Dilma da Presidência começou às 9h32 desta quinta-feira (25). Na conclusão dos trabalhos, que devem se arrastar até a semana que vem, serão necessários 54 votos entre os 81 senadores para que ela perca o mandato (veja infográfico). E o prognóstico é bastante desfavorável à petista.

Em maio, 55 parlamentares aprovaram a abertura do processo contra Dilma, forçando o afastamento temporário dela do cargo. Já há duas semanas, foram 59 os votos a favor do relatório da Comissão Especial do Impeachment que recomendou que a presidente afastada seja levada a julgamento pela Casa.

Nessa última votação, seis senadores que chefiaram ministérios no governo Dilma votaram contra a petista: Eduardo Braga (PMDB-AM) e Edison Lobão (PMDB-MA), ambos de Minas e Energia; Garibaldi Alves (PMDB-RN), da Previdência; Marta Suplicy (PMDB-SP), da Cultura; Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), da Integração Nacional; e Eduardo Lopes (PRB-RJ), da Pesca. O mesmo posicionamento foi seguido por três ex-ministros do governo Lula: Eunício Oliveira (PMDB-CE), das Comunicações; Romero Jucá (PMDB-RR) da Previdência; e Cristovam Buarque (PPS-DF), da Educação.

As traições

Uma das traições mais emblemáticas foi de Lobão. Ministro no final do governo Lula e durante todo o primeiro mandato de Dilma, o maranhense chegou a se reunir com o ex-presidente petista um dia antes da votação que abriu o processo de impeachment. No dia seguinte, justificou-se dizendo ter votado apenas pela admissibilidade do caso. Incomodado, chegou a cogitar se afastar temporariamente do mandato após essa primeira votação. Mas, seguiu no cargo e já adiantou que votará pela saída definitiva de Dilma.

Outra surpresa veio de Garibaldi Alves, que, em maio, saudou um “eventual” governo de Michel Temer (PMDB) e afirmou que houve crime de responsabilidade na gestão da petista. Por ser ex-ministro, o senador reconhece que votar pelo impeachment pode até trazer um certo constrangimento, mas, segundo ele, agora “é hora de pensar no país”.

Já Eduardo Braga, que também ocupou a liderança do governo no Senado em parte do primeiro mandato de Dilma, tem justificado que votará a favor do impedimento por “questões partidárias” e sem constrangimentos, por estar “em linha” com o PMDB.

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