O único trecho ainda não-duplicado da rodovia Régis Bittencourt BR-116 entre Curitiba e São Paulo, é exatamente o segmento da rodovia com o maior número de acidentes. O trecho é de apenas 30 km, vai do km 359 até o 404, e fica entre as cidades de Juquitiba e Miracatu, em São Paulo.
O trecho da estrada, denominado Serra do Cafezal, registrou no ano passado 305 acidentes e 25 mortes. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF). E somente nos dois primeiros meses de 2007, foram 67 acidentes: em média, mais de um por dia. Segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) de São Paulo, o tráfego no trecho não chega a 10 mil veículos por dia, sendo 70% deles de carga (ônibus e caminhão).
Ainda de acordo com o DNIT, há estudos para a duplicação deste trecho de 30 km, mas nenhum projeto. A obra, por se tratar de uma rodovia federal, seria de responsabilidade do governo federal. Por ser um trecho de serra, a duplicação implicaria na construção de túneis e viadutos - o que encarece a obra. A assessoria do DNIT informa ainda que em São Paulo, este é o único trecho ainda não duplicado.
Para Fernando Klein Nunes, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Paraná (Setcepar), a pista simples na Serra do Cafezal atrasa as viagens e gera prejuízo aos caminhoneiros e empresas. "A pista simples leva a atrasos nas viagens, principalmente quando precisa ser fechada por conta de acidentes, e ainda temos o prejuízo econômico causado pela perda das cargas e também dos veículos envolvidos, o que tem onerado o custo dos seguros", explica.



