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escândalo de corrupção

Três paranaenses serão investigados no STF

A senadora Gleisi Hoffmann (PT) e os deputados federais Nelson Meurer (PP) e Dilceu Sperafico (PP) responderão a inquéritos

Gleisi foi citada por Youssef. | Luiz Carlos da Cruz/Gazeta do Povo
Gleisi foi citada por Youssef. (Foto: Luiz Carlos da Cruz/Gazeta do Povo)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki abriu inquéritos contra três políticos paranaenses nesta sexta-feira (6). A senadora Gleisi Hoffmann (PT) e os deputados federais Nelson Meurer (PP) e Dilceu Sperafico (PP) serão investigados por envolvimento no esquema descoberto na Operação Lava Jato. Meurer vai responder a dois inquéritos no STF.

Os paranaenses foram citados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimentos em regime de delação premiada. Os três estão na lista de políticos mencionados pelos delatores e entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF na terça-feira (3).

Em seus depoimentos, Youssef teria dito que entregou R$ 1 milhão a um empresário, dono de um shopping em Curitiba, valor que, segundo ele, teria sido entregue à campanha de 2010 de Gleisi Hoffmann (PT), eleita senadora naquele ano. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo em outubro. Paulo Roberto Costa também disse, em delação premiada, que em 2010 recebeu pedido “para ajudar a campanha” de Gleisi.

A senadora já foi alvo de dois pedidos para depor na CPMI da Petrobras, em outubro do ano passado. Gleisi, na época, negou qualquer envolvimento com Costa ou com o doleiro Youssef.

Procurada nesta sexta-feira, Gleisi afirmou que recebeu a notícia da investigação com “tristeza e tranquilidade”. “Tristeza por ter meu nome envolvido em um caso de corrupção. O maior patrimônio que tenho é meu nome e minha trajetória pública. E tranquilidade porque não temo a investigação e terei condições de provar que nada tenho com esse esquema que atacou a Petrobras. A investigação é oportunidade de esclarecimento dos fatos e espero que seja a forma de acabar com o julgamento antecipado”, declarou.

Deputados federais

Em janeiro deste ano, o juiz federal Sergio Moro encaminhou ao STF dados de movimentações registradas no sistema paralelo de contabilidade do Posto da Torre, de Brasília, que relacionam o nome do deputado federal paranaense Nelson Meurer (PP) a remessas operadas pelo doleiro Carlos Habib Chater, investigado na Lava Jato. A planilha mostrou pagamento de R$ 42 mil para “Nelson Meurer”. Na mesma página, há três remessas endereçadas só a “Nelson”, no total de R$ 103 mil, segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo.

Paulo Roberto Costa havia indicado Meurer como um dos beneficiados pelo esquema. O doleiro Youssef afirmou que fazia remessas para Chater que, por sua vez, se encarregava de distribuir os valores para políticos em Brasília.

Beneficiado com mais de R$ 1,1 milhão de doações da Galvão Engenharia na campanha de 2014, Meurer é o recordista em doações da Lava Jato entre os eleitos no Paraná. Meurer não foi localizado nesta sexta-feira para comentar os inquéritos abertos contra ele no STF.

O deputado federal Dilceu Sperafico (PP) recebeu R$ 150 mil em doações oficiais de campanha em 2014 de empresas envolvidas na Lava Jato.

O deputado paranaense se disse surpreso com a citação do seu nome na lista de investigados da Operação Lava Jato. “Nunca tive relação nenhuma com nenhum dos citados, nem empresários, nem diretores da Petrobras”, disse. O parlamentar afirmou ainda que espera que tudo seja esclarecido. “Estou tranquilo”, declarou.

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