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Eleições

Troca-troca partidário fortalece o PSDB do Paraná para 2010

Ninho tucano conseguiu atrair o maior número de políticos de expressão no estado durante a “janela” informal da infidelidade

Galdino, ao entrar no PSDB, seu novo partido: pelo menos o número no jingle vai ter de mudar. | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Galdino, ao entrar no PSDB, seu novo partido: pelo menos o número no jingle vai ter de mudar. (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)
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A um dia do fim do prazo para filiar os candidatos para as eleições do ano que vem, os partidos políticos correm contra o tempo para atrair empresários, celebridades, lideranças e até mesmo políticos eleitos por outra legenda. Apesar de a troca partidária ser proibida para quem tem mandato, os políticos eleitos estão aproveitando os últimos dias como uma espécie de "janela" informal da infidelidade partidária, já que a proposta em tramitação no Congresso que permitiria a mudança legal de legenda durante um único mês ao longo de quatro anos acabou não sendo aprovada a tempo.

No Paraná, a sigla que mais tem se aproveitado para reforçar os quadros com nomes de peso para 2010 é o PSDB – que deve disputar o governo estadual com o prefeito de Curitiba, Beto Richa, ou com o senador Alvaro Dias. Ontem, o senador Flávio Arns (ex-PT) e o vereador curitibano Professor Galdino (ex-PV) assinaram oficialmente a filiação e juntaram-se ao ex-deputado estadual Renato Gaúcho (ex-PDT) e o secretário Antidrogas de Curitiba, Fernando Franceschini (ex-PP), como novatos no ninho tucano.

"Estamos em um momento extraordinário. O PSDB está em todos os municípios e chegará com força na eleição do ano que vem", declarou o deputado e presidente estadual do partido, Valdir Rossoni.

O time tucano poderá ser engrossado até amanhã pelo deputado estadual Mauro Moraes, que pediu desfiliação ontem do PMDB. Moraes não garantiu filiação no PSDB, mas disse que a tendência é ele assinar a filiação ao partido até sábado, apesar de convites do PPS e do PSB. "O pessoal da minha equipe quer o PSDB. Eu até ponderei pelo PPS, mas a maioria quer o PSDB", relata o deputado. Ele alega perseguição pessoal para deixar o PMDB, depois de ser destituído pelo partido da presidência da Comissão de Segurança Pública e da Comissão de Cons­­­ti­­­tuição e Justiça (CCJ) da Assem­­­bléia Legislativa.

Quem também afirma que foi "levado" ao PSDB é o vereador Professor Galdino, expulso do PV depois de ser acusado de assédio sexual. Ontem, ao assinar sua ficha de filiação, ele literalmente se comportou como um tucano: imitou o voo da ave e fez gestos como se tivesse o bico do pássaro.

Sobre a escolha da nova legenda, disse que "o eleitorado galdino escolheu" a nova legenda. "Eu per­­­­­­guntava: para qual partido eu vou? A maioria falava para o PSDB ou falava para o partido do (Beto) Richa", explicou.

Mistério

Outros partidos também buscam nomes com potencial de voto, como o PV, PSB, PDT e PT. O PSB ontem anunciou a filiação de Rolando Ferreira Júnior, campeão pan-americano de basquete com a seleção brasileira, professor e mestre em Sociologia do Esporte. A ficha dele no PSB foi referendada pelo vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. O ex-atleta não negou a vontade de ter uma carreira política, mas não sabe se será candidato a deputado estadual ou federal.

A maioria dos partidos, porém, ainda faz mistério de quais são suas novas "aquisições". Os presidentes de cada um dos partidos prometem anunciar os nomes apenas na semana que vem, depois do prazo limite de transferência ter acabado.

Outros, porém, lutam para não perder a base existente. "Traba­­­lhamos para manter alguns nomes que pretendem sair", ressaltou o presidente do PMDB, Waldyr Pugliesi.

Sem mudanças

Apesar de constrangidos dentro do próprio partido, há políticos que não devem mudar de legenda. O deputado estadual Ste­­­phanes Júnior (PMDB) já passou por três processos de expulsão por discordar da posição adotada pelos líderes. Sobreviveu e garante que não sairá. "Vou brigar in­­­ternamente para mudar (o PMDB). Algumas pessoas no Paraná são radicais, mas elas estão no fim da carreira", cutucou. Outro "sobrevivente" é o secretário estadual do Trabalho, Nelson Garcia (PSDB), que foi intimado a deixar o governo Requião pelo partido. Mas acabou não saiu da secretaria nem do partido. E não deverá mudar de sigla.

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