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Um homem que seria traficante foi morto e três pessoas foram baleadas - uma delas, dentro de um ônibus -, na manhã desta quarta-feira, durante uma operação de tropas de elite da Polícia Militar, na Favela Vila Cruzeiro, uma das que formam o Complexo do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio. Os homens dos batalhões de Choque e Operações Especiais (Bope) tentavam localizar e prender os assassinos dos soldados da PM Marco Antonio Ribeiro e Marcos André Lopes, mas ninguém foi preso.

Nesta quinta-feira, a Anistia Internacional divulgará um relatório sobre a violência do Brasil, em que critica a política de segurança pública no Estado do Rio. De acordo com o documento, a ocupação das favelas por policiais não resolve o problema da violência e coloca em risco a população das comunidades. A Anistia diz que o futuro dependerá da vontade política do governador .

Cabral rebateu o documento e disse que o enfrentamento com os bandidos é necessário para vencer o que chamou de guerra no estado, lançando mão de todos os recursos, inclusive o caveirão, como é conhecido o blindado da Polícia Militar. O governador afirmou que a ação da polícia é desejo da própria comunidade:

- Estamos agindo com rigor, porque as comunidades desejam isso - disse o governador, que participou da abertura de um painel sobre Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, no Centro.

As vítimas

Uma das vítimas de bala perdida foi identificada como Delaine Ribeiro dos Santos, de 14 anos, que foi atingida no tornozelo esquerdo. Além de Delaine, um homem, aparentando 30 anos, foi baleado no punho, e uma idosa foi atingida por um tiro, dentro do ônibus da linha 313 (Penha-Tiradentes). Os três foram socorridos e levados para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Delaine e o homem foram liberados, mas ainda não há informações sobre o estado de saúde da idosa. No final da manhã, um traficante identificado apenas como Márcio foi morto no confronto.

Os policiais buscavam oito suspeitos de envolvimento na morte dos dois policiais militares. Delaine estaria indo para a escola, quando foi atingida no pé direito. Ela foi levada para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e não corre risco de vida. Os policiais foram fuzilados na noite de terça , dentro de uma viatura do 9º BPM (Rocha Miranda) na Rua João Vicente, em Oswaldo Cruz, Zona Norte. O local é o mesmo onde no início de fevereiro o menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, foi arrastado, preso ao cinto de segurança do carro roubado de sua mãe, e morto. Ninguém foi preso na operação. O comando da PM informou que não se pronunciará sobre o caso.

O governador Sérgio Cabral classificou de covardia e crueldade a ação dos bandidos que assassinaram os dois policiais. Segundo o governador, o departamento de inteligência da polícia identificou que os assassinos seriam da Vila Cruzeiro e, por isso, foi feita a operação na favela, na manhã desta quarta.

- Essa crueldade é uma reação dos criminosos para intimidar o nosso governo. Só temos uma maneira de agir: com rigor. E vamos agir com rigor. Estamos dentro da Vila Cruzeiro com a Polícia Militar, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) e apoio da Polícia Federal, e não podemos mudar o nosso rumo - afirmou o governador.

Os corpos dos policiais serão sepultados às 16h30m desta quarta, em Japeri, na Baixada Fluminense.

Desde o início de 2007, 48 policiais militares foram assassinados, inclusive um segurança do governador, em 8 de abril. Dos mortos, 35 estavam de folga e 13 em serviço.

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