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Troca de “favores”

Vaga custou R$ 22 mil, afirma o denunciante

Ênio Silva: cargo foi negociado, mas não houve pagamento de “pedágio” | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Ênio Silva: cargo foi negociado, mas não houve pagamento de “pedágio” (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A denúncia apresentada ao Ministério Público Estadual (MP) aponta que o PSL (Partido Social Liberal), em troca do apoio ao PSDB na eleição deste ano, "ganhou" o direito de indicar nomes para cargos comissionados no Porto de Pa­­ra­­­naguá. E que "vendeu" ao me­­nos uma dessas vagas. O denunciante – um comerciante da cidade – alega que pagou pelo cargo R$ 22 mil, em três parcelas, ao presidente do diretório municipal do PSL em Para­­naguá, Ênio Campos Silva. Ele diz que o dinheiro foi depositado na conta bancária de Silva. Gravações da negociação e cópias dos comprovantes de depósito bancários, aos quais a Gazeta do Povo teve acesso, estão em poder do MP.

A Gazeta do Povo ouviu o autor da denúncia, que pediu para não ter seu nome revelado. Ele relata que foi procurado pelo presidente do PSL em junho do ano passado, com uma proposta para ocupar um cargo comissionado na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Para a suposta indicação ao cargo, ele teria que depositar inicialmente o valor de R$ 8 mil, que seria repassado ao PSL, segundo as gravações. Segundo os comprovantes bancários, o valor solicitado foi depositado na conta que o presidente da legenda mantém na agência da Caixa Econômica Federal (CEF) no centro de Paranaguá. Silva teria solicitado mais dois depósitos, um de R$ 2 mil em setembro de 2011 e outro de R$ 12 mil em janeiro deste ano, para providenciar o requerimento com a indicação.

No início de fevereiro, após ter pago os valores e desconfiado de que não seria nomeado, o denunciante passou a procurar Silva para saber o que havia ocorrido. O presidente do PSL teria dito então que os cargos estavam à disposição do advogado Alceu Maron Filho. De acordo com o denunciante, Silva chegou a convidá-lo para participar de uma reunião com o pré-candidato para tratar da nomeação.

O autor das denúncias não aceitou o convite e solicitou a devolução do dinheiro. "Peguei até dinheiro emprestado de minha esposa para isso. Era meu sonho", disse ele entre lágrimas, justificando o pagamento do "pedágio". Sem receber o dinheiro de volta, o denunciante resolveu denunciar o caso.

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