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Pepe não comenta a denúncia. | DANIEL CASTELLANO/DANIEL CASTELLANO
Pepe não comenta a denúncia.| Foto: DANIEL CASTELLANO/DANIEL CASTELLANO

Em meados do ano passado, quando vieram à tona indícios de irregularidades envolvendo a Valor Construtora, a Gazeta do Povo revelou que a empresa mantinha 12 contratos com o governo do Paraná, e não só na área de educação, alvo da Operação Quadro Negro. Dos 12 contratos, dez foram firmados com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), para construção ou reforma de escolas, e dois foram firmados com a Paraná Edificações, autarquia ligada à Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil), sob o comando de José Richa Filho, o Pepe Richa, irmão do governador Beto Richa (PSDB).

Nesta semana, foi revelado que testemunhas do caso, em depoimentos prestados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) , citaram o nome de Pepe como um dos beneficiários do esquema de corrupção apurado pela Operação Quadro Negro. Procurado, ele negou o envolvimento*.

Desvio na Educação

Entenda em um minuto o escândalo de corrupção investigado pela Operação Quadro Negro, que apura o desvio de quase R$ 20 milhões destinados a obras de escolas estaduais do Paraná. Depoimentos colhidos pelo Gaeco citam o envolvimento da alta cúpula da política do estado no esquema.

+ VÍDEOS

Os dois contratos firmados entre a Valor Construtora e a Paraná Edificações se referem à reforma da Penitenciária Feminina de Piraquara e à revitalização do Parque da Lapa. A empresa venceu a concorrência pública para ampliar a penitenciária no fim de 2013 ao custo de R$ 7,4 milhões. A assinatura do contrato ocorreu em março do ano seguinte. A partir daí, a empresa tinha um ano para executar a obra. Mas, até julho de 2015, quando a primeira fase da Quadro Negro foi deflagrada, o serviço ainda não tinha sido realizado.

Apesar disso, até aquela data, conforme o Portal da Transparência do governo estadual, a empresa tinha recebido R$ 40 mil. Em agosto do ano passado, em contato com a reportagem, a Secretaria de Infraestrutura justificou que o valor foi pago a título de serviços preliminares, como limpeza do terreno, construção de barracão e tapumes, por exemplo.

Naquela época, a secretaria informou ainda que uma nova licitação para a reforma da penitenciária seria aberta em janeiro de 2016. Na quinta-feira (14), a pasta informou que apenas aguarda autorização da Secretaria da Segurança Pública – responsável pelo sistema penitenciário – para dar início à licitação, o que deve ocorrer ainda neste primeiro trimestre.

Também em agosto de 2015, ao ser questionada pela reportagem sobre a revitalização do Parque do Monge, na Lapa, a Seil garantiu que o serviço foi feito pela Valor Construtora dentro do prazo. A entrega teria sido no mês anterior, em julho. A reportagem, contudo, levantou um histórico de problemas. Pelo contrato, assinado em novembro de 2013 ao custo de cerca de R$ 1,3 milhão, a empresa tinha cinco meses para executar o serviço. Para esticar o prazo, foram feitos três aditivos. O último definiu que a empresa tinha até 2 de julho de 2015 para entregar a obra.

*Matéria atualizada às 18h36 de sexta-feira (15). Até este momento, o secretário ainda não tinha se pronunciado sobre o assunto.

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