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A eleição para a presidência do TJ, ontem à tarde: para vencedor, adiantamento é assunto do atual presidente
Desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), Paulo Vasconcelos foi eleito presidente da Corte para o biênio 2015-2016. Na eleição, que ocorreu na tarde de ontem, ele obteve 68 votos contra 45 do desembargador Jorge Wagih Massad, com quem disputou o segundo turno do pleito. No primeiro turno, também participou Luiz Carlos Gabardo, que recebeu 30 votos e ficou de fora da disputa final. Dos 120 desembargadores aptos para votar, 113 compareceram.
O novo presidente eleito disse que a reforma do Palácio da Justiça e a construção de um Centro Judiciário, em Curitiba, serão prioridades em seu mandato. Ele prometeu terminar a reforma da sede do TJ, além de chegar "ao máximo próximo do final" a conclusão das obras do Centro Judiciário, que será levantado no Ahú. A licitação para as reformas no Palácio da Justiça foi relançada em novo edital no mês passado, um ano depois de ter sido cancelada. O valor máximo previsto para os trabalhos é de R$ 53,8 milhões.
Vasconcelos também destacou que pretende melhorar a estrutura do TJ, bem como otimizar a prestação dos trabalhos. "Meu objetivo na presidência é dar uma estrutura organizacional melhor para o Tribunal, onde as coisas funcionem bem e dentro de uma técnica moderna de administração", declarou.
Sem comentários
Vasconcelos evitou esmiuçar assuntos polêmicos. Afirmando que o seu mandato não será continuidade de seu trabalho como vice-presidente da Corte, ele preferiu não comentar casos como o afastamento do ex-presidente do Tribunal Clayton Camargo, investigado pelo Conselho Nacional de Justiça por supostas irregularidades. "Essa questão eu acho que a população já superou. E nós aqui dentro do Tribunal já superamos tudo isso. Estamos com uma vida nova agora", afirmou.
A concessão de cerca de R$ 3 mil de auxílio-moradia aos magistrados do estado em junho deste ano foi classificada por Vasconcelos como "coisa de momento". Segundo declarou, não cabe a ele julgar a procedência da concessão, uma vez que o benefício foi decisão do atual presidente, o desembargador Guilherme Gomes. "Não posso tomar qualquer medida agora. Essa questão é do presidente atual, e ele é que delibera sobre isso".
Perfil
Paulo Roberto Vasconcelos nasceu em Santo Thomaz de Aquino (MG) e tem 66 anos. Formou-se em Administração de Empresas pela UFPR em 1973 e em Direito pela PUC-PR em 1975. Atuou como advogado até ser aprovado no concurso para juiz substituto. Em 1986, foi nomeado juiz de direito. Em 2002, Vasconcelos foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada e, no final de 2004, acabou promovido ao cargo de desembargador do TJ-PR.
Eleito não comenta adiantamento
Revelado pelo colunista da Gazeta do Povo Celso Nascimento no domingo, o adiantamento de cinco parcelas da Parcela Autônoma de Equivalência (PAE) aos magistrados de todo o Paraná também ficou de fora das ponderações iniciais feitas por Paulo Vasconcelos sobre o TJ. O desembargador, que foi eleito ontem presidente da Corte, não confirmou nem negou o fato, mas disse que esta é mais uma questão exclusiva do presidente atual. "Em respeito à autoridade maior, o presidente, eu não posso me manifestar sobre isso, e cabe a ele a responder", disse
De acordo com o colunista, na semana passada o presidente Guilherme Gomes mandou pagar antecipadamente aos eleitores-desembargadores e a todo o resto da magistratura estadual o equivalente a cinco parcelas do PAE, o que representou R$ 25 mil reais a mais no contracheque de cada beneficiado.
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o Tribunal de Justiça não se manifestou sobre o assunto.
