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Eleições 2010

Veja as posições de Serra e Dilma em temas centrais

Os dois candidatos mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais para a sucessão de Lula têm propostas diferentes em temas centrais

As eleições presidenciais deste ano devem oferecer menos riscos aos investidores do que os pleitos anteriores uma vez que os dois pré-candidatos que lideram as pesquisas - José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) - pertencem a partidos bem conhecidos e parece não haver surpresas.

Ainda assim, há algumas diferenças importantes entre os dois candidatos. Veja a seguir a visão de especialistas sobre as posições dos candidatos em temas centrais.

Superávit primário - Os dois candidatos manteriam um superávit primário no Orçamento para efetuar pagamentos da dívida pública e reduzir a sua proporção em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). Alguns analistas acreditam que Serra conteria os gastos correntes de maneira mais eficiente.

Os gastos no período pré-eleitoral podem complicar a saúde das contas públicas nacionais, forçando o futuro governo a adotar medidas de aperto financeiro. O gasto público subiu fortemente em 2009, reduzindo o superávit primário para pouco mais de 1 por cento do PIB, contra 4 por cento anteriormente.

Política monetária - Os candidatos não devem abandonar a meta de inflação, mas ambos criticaram o Banco Central por ser muito rigoroso em perseguir esse objetivo e não baixar as taxas de juros rápido o suficiente para promover crescimento. Durante a crise financeira de 2009, Serra pediu maiores cortes nas taxas ao invés de cortes paulatinos. Dilma disse que o Banco Central deve considerar o crescimento econômico e a geração de empregos ao perseguir uma política monetária, ao invés de se concentrar somente na inflação.

Câmbio - Ambos devem manter a taxa de câmbio flutuante, mas Serra tem alertado repetidamente que o real está sobrevalorizado e alguns analistas acreditam que ele pode adotar medidas mais agressivas para enfraquecer a moeda nacional e, assim, ajudar os exportadores.

Empresas estatais - Dilma é a favor de um papel maior das estatais na economia, o que pode reduzir a participação de empresas privadas em alguns setores, como o bancário, de petróleo e gás. Enquanto Serra privatizou um banco estatal de São Paulo (Nossa Caixa), Dilma apoiou Lula na expansão do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Política externa - Espera-se que Dilma dê continuidade à política externa de Lula, que inclui o estreitamento dos laços com países em desenvolvimento, incentivando uma reforma nas agências multilaterais e tentando um lugar no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Serra deve reduzir as relações com alguns dos aliados de esquerda de Lula na América Latina, o que pode afetar os investimentos de energia na Bolívia e na Venezuela. O tucano também pode ter uma abordagem mais agressiva em disputas comerciais com a Argentina e outros membros do Mercosul.

Alianças - As coalizões governamentais no Brasil são notoriamente instáveis e tendem à corrupção. Tanto Serra quanto Dilma podem não possuir a esperteza política de Lula para manter uma ampla coalizão unida. Dilma nunca concorreu em eleições.

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