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Vereadores de Curitiba questionam união homoafetiva e prefeitura tira postagem do ar

Prefeitura da capital anunciou a possibilidade de casais homoafetivos participarem do casamento coletivo a ser realizado na Arena, em dezembro. Depois de polêmica e repercussão, a imagem foi recolocada no ar

Imagem que acompanhou a postagem sobre casamento coletivo na Arena da Baixada | Reprodução/Facebook
Imagem que acompanhou a postagem sobre casamento coletivo na Arena da Baixada (Foto: Reprodução/Facebook)

A prefeitura de Curitiba retirou de sua página da rede social Facebook a postagem sobre o casamento coletivo a ser realizado na Arena da Baixada, em 7 de dezembro, após debate na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) na manhã desta quarta-feira (1.º). Vereadores questionaram a inclusão de "casais homoafetivos" no evento. A retirada também causou polêmica e protesto nas redes sociais e na noite de quarta-feira a imagem foi recolocada no ar pela prefeitura.

O tema foi levado à tribuna da Cãmara Municipal pela vereadora Carla Pimental (PSC), que entende que houve "uma apologia" por parte do Executivo ao incluir o casamento homoafetivo "que não é regulamentado na nação". Pimentel argumentou que o texto seria "tendencioso", o que infringiria a laicidade do Estado.

A posição da vereadora foi endossada pelos seus colegas de PSC Ailton Araújo e Tiago Gevert, bem como por Chico do Uberaba (PMN) e Valdemir Soares (PRB), segundo informações da assessoria de imprensa do legislativo, divulgadas via Twitter. Noemia Rocha (PMDB) chegou a utilizar a tribuna para dizer que a publicação da Prefeitura "é ofensiva".

Com opinião contrária, a vereadora professora Josete (PT) também recorre à separação entre Estado e religião para argumentar que não vê sentido no debate ocorrer na CMC, uma vez que "há uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com reconhecimento à união estável entre pessoas do mesmo sexo". Ela lembra que o casamento coletivo é voltado a pessoas de baixa renda, e que impedir casais homoafetivos de participarem deste espaço seria um "duplo preconceito".

Da base do governo, a petista parabenizou a administração municipal pela iniciativa da prefeitura "de reconhecer estes setores". No entanto, Josete não soube dizer se a postagem ter sido apagada teve relação com a discussão ocorrida na Câmara.

Prefeitura

Em nota divulgada na rede social, a Prefeitura revela que apagou a postagem "porque um grupo de pessoas se declarou ofendido pela imagem que utilizamos", sem fazer referência ao debate na CMC. A ideia, dizem, é manter o "caráter agregador" da página, garantindo "espaço a todos os públicos". Reiterando que o evento promove uma união civil e não um casamento religioso, a administração insiste na disposição de "promover a igualdade", conforme previsto na Constituição Federal.

Na postagem original, publicada nesta terça-feira (30), a menção no texto à questão levantada pelos vereadores ficou restrita à frase: "Para a cerimônia, podem fazer inscrição casais com renda de até três salários mínimos, casais homoafetivos e que queiram fazer a renovação de votos."

Depois de toda a polêmica, a página oficial da prefeitura de Curitiba no Facebook voltou a exibir a imagem perto das 21h30 dessa quarta-feira (1º). A imagem veio acompanhada de um pedido de desculpas. "A Prefs é uma equipe, formada por gente.Às vezes a gente acerta, às vezes erra.Nós erramos, e pedimos desculpas."

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