Galpões fechados, postos de gasolina abandonados, lojas desativadas e imóveis -onde antes funcionavam grandes indústrias - vazios. O que parece cenário de um filme é, na verdade, o retrato do medo que atravessa as pistas da Rodovia Presidente Dutra. Num trecho de 15 quilômetros da via, entre Jardim América e Nova Iguaçu, pelo menos 11 empresas já trocaram as margens da rodovia por um endereço mais seguro.
A razão para o abandono em massa tem explicação: a multiplicação de assaltos ao longo da Dutra. Só de janeiro a março deste ano, em apenas duas das seis delegacias que cobrem a estrada no Rio e na Baixada, a 39ª DP (Pavuna) e a 64ª DP (Vilar dos Telles), foram registrados 62 assaltos na rodovia.
Neste ano também já aconteceram pelo menos dois arrastões na via expressa. No primeiro, no dia 11 de março, 12 assaltantes roubaram motoristas e ocupantes de quatro carros. O outro caso aconteceu entre os dias 25 e 27 de abril, quando bandidos com granadas tomaram seis veículos na estrada.
Situação é grave
- O vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), João Lagoeiro Barbará, confirma que a violência na Dutra está provocando o esvaziamento de indústrias na região.
- A situação é grave na Dutra. Os roubos acontecem de Irajá e Jardim América para a frente. Ano passado, fomos chamados para uma reunião com cerca de 40 empresas do pólo industrial da Pavuna que estavam querendo sair de lá para São Paulo - revelou Lagoeiro.
O então subsecretário de operações especiais da Secretária de Segurança, delegado Paulo Souto, participou da reunião. Os empresários teriam concordado em permanecer na região depois de ouvir promessa feita por Souto de que a polícia intensificaria o patrulhamento em torno da via expressa.



