
Carambeí No sábado, o consultor aéreo Gustavo Pereira Rodrigues, 23 anos, voltou pela última vez para Carambeí, a cidade onde nasceu.
Voltou de avião o meio de transporte que estudou nos últimos cinco anos e que acabou lhe tirando a vida. Ele é uma das 160 vítimas identificadas até a noite de ontem pelo Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo e um dos oito paranaenses que morreram na maior tragédia aérea do Brasil.
O acidente interrompeu uma carreira promissora. Ele era recém-contratado por uma multinacional americana, depois de ter estudado no Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA).
Era noivo desde o início do ano e fazia planos com Karine Carneiro, 21 anos, que havia se mudado com ele para o bairro de Moema, nas imediações do aeroporto de Congonhas.
Ela o esperava em casa e foi a última a falar com ele, por telefone. Rodrigues tinha uma reunião no segundo andar do prédio da TAM Express.
Primeiro ele foi dado como desaparecido e havia um fio de esperança de que estava vivo, de que não estava no local errado na hora errada.
A identificação do corpo, depois de 16 dias de angústia e espera, foi também a confirmação da morte. Exames de DNA e arcada dentária permitiram o reconhecimento do corpo, na quinta-feira. O velório aconteceu na tarde de sábado. Entre a chegada do caixão lacrado e o sepultamento foram apenas quatro horas, cheias de silêncio, flores e lágrimas. A família, abalada, não quis falar com a imprensa. "Almas não se separam. Então é um até breve", disse Norma Rodrigues, no momento do enterro do filho, rodeada por dezenas de jovens que estudaram e brincaram com ele na infância.



