O vôo JJ 3054 era o último a ser feito pelo Airbus PT-MKB da TAM que se acidentou em Congonhas, matando 199 pessoas. A informação foi dada nesta terça-feira pelo vice-presidente da companhia, Paulo Castelo Branco, em depoimento à Câmara Municipal de São Paulo. Segundo ele, o avião iria pernoitar em Congonhas e seguiria para manutenção no dia seguinte, no hangar da empresa no próprio aeroporto.
Castelo Branco não soube dizer, porém, quais seriam os problemas apresentados pelo avião e que exigiam uma manutenção mais detalhada do que a feita na pista. Segundo o executivo, a informação é da gerência técnica da TAM.
O vereador José Rogério Farhat (PTB), que preside uma comissão da Câmara destinada a investigar os problemas de Congonhas, pediu que seja encaminhada à Câmara a lista de itens que deveriam ser revistos na manutenção da aeronave. Segundo informações já divulgadas, o avião havia sido checado por mecânicos no aeroporto de Porto Alegre. O piloto Kleyber Lima, de 54 anos, assinou documento atestando que não havia problemas no avião.
Segundo ele, o Airbus estava de acordo com o manual da fabricante francesa. Tanto o avião quanto o manual foram homologados pelas autoridades brasileiras, acrescentou.
Castelo Branco afirmou ainda que o peso e o tamanho do Airbus estavam adequados ao tamanho da pista de Congonhas, mas defendeu a criação de uma área de escape no aeroporto. De acordo com o executivo, empresas como Varig, Vasp e Cruzeiro operaram Boeings 767 e Airbus 300 na pista de Congonhas sem registro de acidentes. Os modelos, argumentou, têm maior peso e dimensão do que o A 320 da TAM.
O executivo criticou a falta de planejamento do setor aeronáutico. Na opinião dele, falta executar os projetos que são discutidos e planejados. Segundo ele, desde 1987 está prevista a construção de uma nova pista no Aeroporto de Guarulhos e a ampliação do pátio de estacionamento de aeronaves, mas o projeto ainda está no papel.
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