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A votação do novo Código Florestal pelo Senado, após ser aprovado pela Câmara dos Deputados, será um "teste precoce" para a presidente Dilma Rousseff, segundo a reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal britânico "Financial Times".

O projeto de lei prevê anistia ao desmatamento ilegal ocorrido até 22 de junho de 2008, mas essa proposta deve ser vetada pela presidente, o que a colocaria contra a bancada ruralista do Congresso, segundo a análise do diário, que destaca ainda as mortes ocorridas pela disputa de terra na região, "um indicador de que o desmatamento na Amazônia tem aumentado".

O texto do "Financial Times" diz que "para a presidente Dilma Rousseff, que prometeu vetar a anistia, enfrentando o poderoso lobby agrícola do país, a questão significa um teste precoce. Sua habilidade para controlar uma coalizão rebelde para tentar se igualar ao desempenho de Luiz Inácio Lula da Silva, seu antecessor, popular e bem sucedido, será acompanhada de perto tanto pelos eleitores quanto por investidores".

Os escândalos políticos enfrentados pela presidente, com a saída de alguns ministros, também é destaque na publicação. "Dilma Rousseff terá que calcular se esta é uma batalha política que vale a pena lutar. Ela já enfrenta problemas para controlar a coalizão multipartidária, tendo perdido ministros desde que tomou posse em janeiro, em meio a escândalos de corrupção", afirma o jornal.

Para o diário britânico, "a curto prazo, o futuro da Amazônia depende da capacidade de Dilma Rousseff influenciar a votação no Senado". Depois da aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados, segundo o jornal, "vetar a anistia constitui um desafio particularmente difícil para uma líder vista como uma tecnocrata capaz, mas eleita pela primeira vez para o cargo. Sua última opção será usar seu veto presidencial". O "Financial Times" completa, com uma declaração da ministra de Meio Ambiente, Izabela Teixeira: "a anistia proposta envia um sinal negativo para a sociedade. O governo federal está trabalhando duro para conseguir ajustes e melhorias no texto da lei e, assim, reduzir a necessidade de usar o veto presidencial". O "Financial Times" destaca também que a presidente "tem seus próprios planos para a região, incluindo a construção de um sistema de hidroelétricas".

Ainda segundo o jornal britânico, "um dos sucessos do Brasil nos últimos anos tem sido uma redução significativa do desmatamento na Amazônia, combinado com um aumento na produção agrícola alcançada através de avanços tecnológicos". Dados levantados pelo diário apontam que cerca de 17% da floresta foi desmatada desde os anos 1960, principalmente por causa da pecuária. Mas, após um pico de 27 mil quilômetros quadrados desmatados em 2004, a taxa anual caiu para 6.500 quilômetros quadrados no ano passado, "área quatro vezes maior do que Londres".

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