
A votação da admissibilidade ou não do relatório que sugere a abertura de processo por quebra de decoro contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pode não acontecer nesta quarta-feira (2). A sessão do Conselho de Ética está agendada para as 14h30, mas há uma sessão do Congresso Nacional que começou ao meio-dia para apreciar a alteração na meta fiscal, permitindo que o governo feche o ano com um déficit de R$ 120 bilhões.
Segundo líderes que participaram na manhã desta quarta de reunião com o presidente da Câmara, não haverá qualquer movimento para obstruir e tirar quorum da sessão do Congresso. “ É importante votar o PLN-5 [projeto que altera a meta fiscal de 2015] para o país”, disse Eduardo da Fonte (PE), líder do PP.
O presidente do Conselho de Ética, José Carlos de Araújo (PSD-BA), afirmou que pretende tentar encerrar a discussão do assunto para, posteriormente, colocar em votação o relatório de Fausto Pinato (PRB-SP) que propõe a abertura de processo contra Cunha. “Vou abrir a sessão e deixar o debate acontecer. Se alguém da Mesa Diretora me telefonar pedindo para parar a sessão, eu obedecerei”, afirmou ele.
Pelo Regimento Interno, o Conselho não pode deliberar enquanto o plenário estiver discutindo a ordem do dia. O debate, porém, pode ocorrer. Araújo disse que há cerca de oito parlamentares inscritos para falar sobre o relatório, além de líderes. Na sessão de ontem, ele encerrou a lista de inscritos, o que impede que novos deputados queiram aparecer no conselho para debater o assunto.
Por causa da sessão do Congresso, a votação deve ficar para a próxima terça-feira, embora Araújo não admita. “Se a sessão do Congresso acabar num horário razoável, nada impede que se vote”, disse, esclarecendo que, caso não consiga votar nesta quarta, ele só convocará outra sessão para a próxima terça-feira (8). “Quando eu jogava capoeira, um mestre dizia que recuar também é golpe”, declarou.



