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operação lava jato

Youssef decide que não fará delação premiada

Advogado do doleiro informa que irá pedir a nulidade do processo. Defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa diz que ainda não sabe se ele irá fazer o acordo com o MPF

Youssef: doleiro irá alegar que as escutas da PF foram ilegais e que o juiz é suspeito | Arquivo/ Jornal de Londrina
Youssef: doleiro irá alegar que as escutas da PF foram ilegais e que o juiz é suspeito (Foto: Arquivo/ Jornal de Londrina)

O doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), decidiu ontem que não vai apresentar à Justiça um pedido de delação premiada – por meio do qual forneceria informações que ajudassem nas investigações em troca de uma pena menor. Youssef está preso há cinco meses na Superintendência da PF em Curitiba e tomou a decisão após se reunir com seu advogado ontem à tarde.

A estratégia do advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, será pedir a nulidade do processo movido contra seu cliente. Basto impetrou três pedidos de habeas corpus no Tribunal Regional Federal alegando que as interceptações telefônicas da PF foram ilegais; que a Justiça Federal do Paraná não tem competência para julgar casos de outros estados (a sede da Petrobras fica no Rio de Janeiro); e que o juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, não pode julgar o caso por ter se declarado suspeito para julgar uma ação que envolvia Youssef em 2007. "Ele [Moro] alegou questões de foro íntimo [para não julgar o caso de Youssef em 2007], a gente não sabe ainda o motivo", disse Basto. "Entendemos que, se ele declarou a parcialidade, ela é atemporal."

Costa

Na última sexta-feira, surgiu a informação que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que também foi preso na Operação Lava Jato, teria aceitado fazer um acordo de delação premiada, mas a informação não foi confirmada ontem pelo Ministério Público Federal (MPF) no Paraná. A advogada de Costa, Beatriz Catta Preta, esteve reunida com seu cliente ontem à tarde e disse que ainda não há uma decisão sobre o assunto.

"Essa é uma decisão muito pessoal do denunciado e nada foi definido. Vamos avaliar qual a melhor linha de defesa e não há qualquer proposta de acordo", disse a advogada. Se optar pela delação premiada, Costa terá de negociar as bases do acordo com o MPF, que vai avaliar que informações ele poderá prestar em troca de atenuantes à sua condição de denunciado.

Costa, Youssef e mais 44 suspeitos foram indiciados por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-diretor da Petrobras e o doleiro teriam atuado juntos na área de consultoria a empresas que teriam negócios com a Petrobras.

Pelas investigações da PF, Youssef e outros três doleiros movimentaram cerca de R$ 10 bilhões de forma atípica. Alguns indiciados foram acusados também por corrupção, formação de quadrilha e tráfico de drogas.

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