Animal

Adeus às pequenas pragas

Adriano Justino
04/11/2006 23:38
A lhasa apso Pietra, de dois anos e meio, não dispensa um passeio. Nos fins de semana vai ao Parcão, ao lado do Museu Oscar Niemeyer; ao Parque Barigüi ou em hotéis-fazenda com sua dona, a professora Maria Gisele dos Santos. Não raramente, na volta para casa, ao passar pelas escovadas habituais nos pêlos brancos, a dona de Pietra percebe que ela foi novamente vítima de carrapatos.
“Como ela passeia bastante em lugares cheio de bichos, estou sempre observando a pele dela e, quando vejo, retiro de imediato, senão isso é feito no banho semanal”, diz Maria Gisele que, quando nota sinais de coceira, rapidamente verifica se não é alergia à picadas – que também a aflige.
Mais comum do que se pode imaginar, no verão os ataques dessas pequenas pragas costumam aumentar. Maior umidade e calor, próprios da estação, propiciam maior incidência desses parasitas. Também aumentam os números de picadas de pulgas e mosquitos e, com elas, cresce o número de doenças (zoonoses) contra cães e homens.
Para a médica veterinária Vivian Ramos, chefe de produto na área de animais de companhia da Bayer HealthCare, os carrapatos encontram, hoje, condições de se desenvolver nas cidades. “Não há como evitar que eles existam. O que se pode fazer é o controle preventivo de seus ataques, com medicamentos que impedem que os parasitas cheguem até a pele dos cães”, diz Vivian.
Mas engana-se quem acredita que o problema está no contato com outros animais de estimação. Segundo a veterinária, apenas 5% dos parasitas estão nos bichinhos, sejam eles domésticos ou de rua. A maioria (95% das infestações) se encontra no ambiente como um todo, seja ele a rua ou o parque, mas também em casinhas e quintais. “A fêmea do carrapato costuma pôr seus ovos em lugares altos, em frestas e batentes de portas ou espelhos”, explica a médica veterinária. “Quando nascem as larvas, logo vão procurar o cachorro, mudando de habitat até três vezes por vida.”
As pulgas também se proliferam no verão e continuam atacando nos grandes centros, podendo causar doenças sérias (veja ao lado). “Infectar é fácil, basta passear em praças onde animais errantes – cães e gatos de rua – têm acesso, mesmo sem ter contato com outro animal”, diz Vivian, assinalando que o mais comum ainda são as picadas de mosquito, contra as quais o ideal é o uso de repelentes que previnem irritações, alergias e dermatites.