Animal

Atropelaram meu cão!

Rafael Adamowski, especial para a Gazeta do Povo
10/06/2016 16:00
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Não apenas as fraturas representam gravidade e exigem cuidados especiais nos casos de atropelamentos. Outra grande preocupação dos veterinários na ocorrência desse tipo de acidente está relacionada às lesões internas. Eduardo Fonseca, médico veterinário neurologista da Clínica Save Curitiba, explica que estes ferimentos podem causar a ruptura de órgãos, consequentes hemorragias e prejuízos ao sistema circulatório.
Entre as fraturas mais comuns e que representam maior risco à vida do animal está a de costela, que pode comprometer o pulmão, inclusive com perfurações. É comum que ocorram lesões também no diafragma, que dificultam a respiração e que podem agravar a debilitada saúde do pet acidentado.
As fraturas e suas gravidades podem variar conforme o porte do animal e a intensidade do impacto. Quando o pet é de grande porte, as regiões mais atingidas são a torácica e a pélvica. Costelas, e principalmente coluna quebrada podem, entre outras complicações, deixar o animal paraplégico. Luxação de cabeça, de fêmur e lesões pélvicas também podem comprometer consideravelmente a saúde do animal.
Cuidado ao socorrer
Ao prestar socorro é necessário cuidar com a manipulação, evitando que as lesões se agravem. Recomenda-se estabilizar o pet, deixando-o imobilizado em uma superfície plana, mas sem uso de ataduras. Outro detalhe importante é precaver-se de mordidas, uma vez que o animal debilitado e com dores pode ter reações instintivas.
Assim que o animal der entrada na sala de emergência da clínica veterinária as primeiras verificações são em torno de possíveis formações de coágulos e do sistema circulatório, além da aplicação de medicamentos para o controle da dor. O ultrassom também é um recurso viável, essencial para avaliar a situação de órgãos internos.
Reabilitação pela fisioterapia
Procedimento que garante resultados expressivos no processo de recuperação do pet, a fisioterapia é um recurso bastante recomendado na etapa de reabilitação após atropelamentos. Confira informações importantes repassadas por Mhayara Reusing, médica e fisioterapeuta veterinária da Iranimal:
A maior incidência de atendimentos em clínicas de fisioterapia da capital é ligada a dificuldades locomotoras relacionadas ao trauma. As fraturas causam perda significativa da massa muscular, que é recuperada com a fisioterapia. Entre as terapias utilizadas neste processo estão a eletroterapia, que tem como finalidades o alívio da dor e o fortalecimento muscular e a laserterapia, que diminui a inflamação, acelera a cicatrização e a consolidação da fratura.
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Outros métodos eficientes são a magnetoterapia, que regenera as células lesionadas, a hidroterapia, com uso de piscina e exercícios destinados ao fortalecimento da musculatura e recuperação do movimento, além da cinesioterapia, que incentiva atividades de equilíbrio e trabalhos em pistas de obstáculos, reabilitando as habilidades e vitalidade do animal comprometido.
Em casos mais graves, quando há a necessidade de procedimento cirúrgico, a alta ocorre em aproximadamente 48 horas. O dono do pet recebe orientações específicas para a continuidade dos cuidados, especialmente em relação a fraturas que exijam a inserção de placas e parafusos. As feridas expostas precisam de atenção especial para que sejam evitadas contaminações e infecções. São receitados antibióticos, anti-inflamatórios e o uso de colares de proteção para que o animal não tenha alcance ao local do ferimento.