Em tempo de casas e apartamentos cada vez menores, aumenta a procura por um animal de estimação que seja uma boa companhia e principalmente que não ocupe muito espaço. Eis que entram em cena as calopsitas. Essas aves de origem australiana chegaram ao Brasil na década de 1970 e, desde aquela época, vêm conquistando seu lugar nos lares brasileiros.
Gilberto Guimarães, criador da ave há mais de oito anos, diz que o caráter interativo das calopsitas tem raízes na própria história da ave. Por viverem em bandos de cerca de 50 pássaros, elas não gostam de ficar sozinhas. “Quando são tiradas de sua ninhada, buscam um bando. Então ela interage porque acha que o dono é do seu bando, ela pensa que é da mesma espécie”, explica. O criador diz que, depois de uma a duas semanas com o dono, ela já reconhece sua voz.
As calopsitas são muito inteligentes. Um de seus dotes mais famosos é imitar assobios. Guimarães fala que elas podem cantar melhor do que papagaios. A calopsita de Teixeira assobia até Rolling Stones. “Agora ele está aprendendo a música do Kill Bill”, diverte-se. Mas Tommy não se limita à música. O empresário diz que ele tenta imitar qualquer barulho que ouve da rua. “Uma vez o canário da minha mãe passou uma semana em casa e ele começou a imitar o canto dele. Ele é bem esperto, fala até pequenas palavras”, garante.
Guimarães os chama de cachorros de penas: “eles reconhecem até o barulho do carro do dono”. Teixeira e Ana gostaram tanto do animal que já compraram mais um, agora uma fêmea. “Eles são uma graça, superamorosos”, diz Ana.
Com supervisão
Apesar de serem dóceis e domesticadas, as calopsitas devem ser mantidas em suas gaiolas. A veterinária Aline Stolf já atendeu vários pássaros que se acidentaram dentro de casa. “É comum caírem de lugares como sofás e estantes quando não conseguem voar”, conta. Aline disse que há casos de calopsitas caírem em panelas, por isso ela alerta que as aves não devem ser deixadas soltas sem a supervisão do dono.
As gaiolas devem ser mantidas em local sem claridade. “Elas dormem assim que escurece e precisam de 12 horas de sono”, diz Aline, que aconselha que a gaiola seja coberta durante a noite.
