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O cachorro que atravessou o Atlântico; saiba como levar seu pet para o exterior

Redação, colaborou Monique Portela
23/07/2017 12:00
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Luiza Garmendia e o poodle Scott no Coliseu, Itália. Foto: Arquivo pessoal

Nascido no Brasil, o poodle Scott já se aventurou por terras canadenses e agora mora na Itália junto a sua tutora, a curitibana Luiza Garmendia. Aos 28 anos, a publicitária passou metade da sua vida com o amigo de quatro patas, que hoje tem 14 anos. “Nunca foi uma opção deixar o Scott”, comenta Luiza.
A primeira viagem internacional aconteceu em 2015, quando Luiza foi estudar cinema em Vancouver. Scott, como a maioria dos cães, foi no bagageiro. “Eu quase morri pensando que ele estava lá embaixo sozinho, assustadinho. Então quando eu cheguei nos Estados Unidos eu fiz a carteirinha dele de cão de suporte emocional“, conta Luiza.
A carteirinha atesta que o cão é parte de algum tratamento terapêutico de seu tutor, como transtornos de ansiedade, e permite que ele seja transportado dentro da cabine. Além de poder ficar pertinho de Scott, a medida também diminuiu os custos da viagem: ao invés de pagar uma passagem, o cão foi no lugar da bagagem de mão.
Mas os trâmites para iniciar as duas viagens internacionais não foram simples — a publicitária precisou se programar com muita antecedência para que o cachorro pudesse atender a todas as exigências para embarcar.
“Para viajar à Europa eu sugiro uns seis meses de antecedência desde a primeira consulta ao veterinário. Para o Canadá, uns três meses”, alerta Luiza.
Para que cães e gatos possam embarcar em uma viagem internacional é preciso estar com a documentação atualizada, seja o Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos ou o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI). Ambos são emitidos nas Unidades do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), localizados nos aeroportos, e ao menos um deles é essencial para viajar. 
O CZI é um documento que precisa ser emitido a cada viagem que o animal realizar. Já o passaporte é válido durante toda a vida do animal, desde que as vacinas estejam em dia, e apenas as informações sanitárias precisam ser validadas nas Unidades de Vigilância Agropecuária (Uvagros) antes de cada embarque. A principal vantagem do passaporte é a compilação dos dados em um mesmo documento. Já a desvantagem é que ele só é válido para ingressar em países do Mercosul.
Ainda que a emissão dos documentos finais seja gratuita, o processo até chegar no Uvagro exige disposição e alguns gastos. “A pessoa precisa se preparar para pagar entre mil e dois mil reais, porque é vacina, veterinário, vermífugo, taxas de laboratório de exame de sangue, chipagem…”, explica Luiza.
Confira o passo a passo para obter o CZI:
1. Agendar o atendimento
Ligue para uma Unidade de Vigilância Agropecuária (Uvagro) e marque seu atendimento. A recomendação é que a ligação para o agendamento seja feita com antecedência, mas que a data escolhida para o atendimento na unidade seja, no máximo, 10 dias antes da viagem. Em Curitiba, a demanda costuma ser baixa, mas para evitar imprevistos, é bom se programar.
2. Entrar em contato com os consulados
Para saber exatamente quais vacinas, exames e documentos você precisará entregar junto ao passaporte ou ao CZI, é preciso entrar em contato com o consulado do país de destino e solicitar a lista de documentos. Os documentos variam de acordo com o país. Para levar Scott ao Canadá em 2015, por exemplo, Luiza precisou apenas do atestado de saúde, a carteira de vacinação e do CZI. Já para a Europa, são exigidos mais exames e vacinas.
3. Microchipar o animal
A emissão destes documentos é concedida apenas aos animais que tenham identificação eletrônica. Antes mesmo de dar a vacina é preciso microchipar o animal. Mas Luiza alerta: “Como existem muitos chipes no mercado, tem que achar um que seja compatível com os padrões internacionais, porque alguns chipes brasileiros não são lidos internacionalmente”.
4. Dar as vacinas
É por conta desta parte que a antecedência é importante. Alguns países exigem que os animais fiquem até três meses em quarentena depois de tomar algumas vacinas, como é o caso dos países europeus.
5. Pegar o atestado de saúde e validar os documentos
Faltando pouquíssimos dias para o seu atendimento no Uvagro (aquele previamente agendado), você deve levar seu animal ao veterinário para que ele emita um atestado de saúde. O atestado será válido até no máximo dez dias contados da data de sua emissão.
O Uvagro Curitiba recomenda que os documentos sejam levados no máximo em cinco dias — mas não no dia do embarque, porque caso aconteça algum problema, há chances de você perder o vôo. É preciso levar o animal para que seja feita a leitura de microchip.
Já para a primeira emissão do passaporte é preciso passar por uma etapa inicial a mais: imprimir o requerimento de concessão de passaporte no site do Ministério da Agricultura e levar os documentos necessários para a emissão no Uvagro. O passaporte poderá ser entregue na hora ou demorar até 30 dias úteis. É preciso levar o animal junto para a leitura do microchip.
E a volta?
Animais que ficarem no exterior por no máximo 60 dias podem voltar tranquilamente ao Brasil sem documentação extra, desde que as vacinas estejam em dia. Passado este período é preciso emitir um novo CVI no país estrangeiro, passando por todo o processo de vacinação e emissão de atestados.
“Para voltar com o Scott para o Brasil foi mais difícil do que ir para o Canadá com ele. Como eu fiquei mais de três meses, todas as vacinas e vermífugos expiraram, então eu precisei fazer tudo de novo”, relembra Luiza. Ela precisou ficar uma semana a mais no Canadá porque teve de esperar que as vacinas e vermífugos específicos para ingressar no Brasil chegassem, por isso alerta: é preciso planejar com antecedência.
Serviço:
Uvagro Aeroporto de Curitiba
Aeroporto Afonso Pena – Av. Rocha Pombo – Águas Belas, São José dos Pinhais
(41) 3381-1299
Das 9h às 17h
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