DOUBLE TROUBLE: Paris é libanesa

Em meio à semana de moda de alta-costura parisiense, que acabou nesta semana, o nome que mais bombou nos sites de moda e redes sociais foi o da marca libanesa Ashi Studio. A grife apresentou suas criações “dark e romântica” no Yoyo, um clube dentro do Palais de Tokyo, com visual underground e pouquíssima iluminação. Após escadas e mais escadas, no subsolo do famoso edifício, descobri a “arte de vestir” (não consigo encontrar outra expressão) da grife. Cara de pau e curiosa de carteirinha que sou, eu quis logo saber a origem e o destino dessa label libanesa. É claro que o próximo mico vocês já podem imaginar: perguntei quem era e abordei o estilista da marca, Mohammed Ashi, que, com um super sorriso no rosto ao saber que eu era brasileira, me deu uma rápida entrevista, exclusiva para o Viver Bem:

Como a marca nasceu?
Eu entrei na moda em 2000. Trabalhei para algumas das grandes marcas e mudei a minha direção para me tornar independente.

A marca é de Beirute e você?
Não, eu sou meio russo e meio saudita. É uma mistura diferente. (risos)

E como você foi parar no Líbano?
Fui estudar na universidade de fashion design e decidi ficar por lá. A “couture” vem de Beirute, que como sabemos, é fantástica. E aí, comecei a coleção lá.

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Como é estar em Paris agora?
Paris Fashion Week é sempre o lugar certo para estar. Sabe?

Se você tivesse que definir o seu estilo em uma palavra, qual seria?
Podem ser duas? Dark e romântico.

Por isso vejo muito preto e branco aqui. É só essa coleção ou faz parte da identidade da grife?
Muitas coleçōes. É a marca registrada.

Quando finalizei a entrevista, um assistente veio logo me mostrar a inspiração dessa coleção: a história de Apollo e Daphne, cheia de orgulho, luxúria e perdas. Principalmente, na batalha entre luxúria e pureza em forma de arte, com o contraponto do preto e do branco. E para quem perguntar para Ashi qual é o novo preto, a resposta é categórica: branco é o novo preto.