Um doce ruim

O apresentador Felipe Bronze (de blazer azul) com os jurados Lucas Corazza (à esq.), Roberto Strongoli e Carole Crema. Foto: Divulgação

O GNT é um dos melhores canais a cabo do Brasil. Muitas produções próprias são ótimas, como Santa Ajuda, Que Marravilha! e Decora, entre outros programas. Mas neste ano, o GNT estreou um novo reality show de culinária, o Que Seja Doce – que pode até ser doce, mas é um doce muito ruim.

Tudo está errado na produção. A começar por eliminatórias diárias – dessa forma, todos os dias, três novos candidatos fazem doces para os jurados – que também são péssimos e não apresentam química nenhuma(com exceção de Carole Crema, que, com seu carisma, poderia facilmente ser a apresentadora). Os participantes fazem as provas e são eliminados no mesmo programa. Ao contar com novos participantes, de segunda a sexta-feira, o programa ignora uma regra básica de qualquer reality show: como o telespectador vai se identificar com o participante? Como vai torcer por um deles? Como vai ver a evolução e acompanhar a trajetória?

O que parece é que o programa é uma junção de Masterchef e Batalha dos Confeiteiros, mas muito mal feita. O cenário é horroroso e brega. Tudo soa falso e, em alguns momentos, parece que faltou verba. Os jurados não têm nem uma bancada decente.

Os erros de produção poderiam ser amenizados caso o apresentador Felipe Bronze tivesse algum carisma. Mas, sem experiência muita com as câmeras, ele é “duro” e não mostra nenhuma empatia com o telespectador. Some-se a isso os péssimos movimentos de câmeras e também a trilha sonora que em nada acrescenta ao programa.

É uma pena que, em meio a tantos bons programas, o GNT esteja exibindo uma produção tão ruim. A ideia é boa, mas muito mal executada. Valeria a pena dar uma estudada nos parceiros Que Marravilha!, Santa Ajuda e Decora que, embora não sejam propriamente reality shows, têm a linguagem adequada e de alta qualidade para o telespectador da tevê a cabo.