Homem, acima de 65 anos, que já sofreu alguma perda e está com depressão, mesmo que não diagnosticada. De acordo com o Relatório Global para Prevenção do Suicídio, da Organização Mundial de Saúde (OMS), essas características estão entre os maiores fatores de risco de suicídio no mundo. O estudo mostra que as taxas mais altas de atentado à própria vida estão entre pessoas acima dos 65-70 anos, sendo que em 80% dos casos, a vítima é do sexo masculino.
Segundo análise da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) sobre o relatório, cerca de 70% dos casos de suicídio nesta fase da vida pode ser atribuída à depressão. “E o risco de suicídio de qualquer pessoa deprimida é em torno de 15%”, aponta o médico geriatra pela SBGG, Ulisses Cunha. Ele revela ainda que psicoses, demências e abuso de drogas como álcool, também são apontadas como causas deste tipo de morte, também nessa faixa etária.
LEIA TAMBÉM
O levantamento, único realizado até agora, mostra que o suicídio tem os maiores índices de ocorrência em países de baixa e média renda, representando 75% dos aproximadamente 800 mil registros de pessoas que tiram a própria vida anualmente. No idoso deprimido as principais situações de risco estão relacionadas a perdas, como o aniversário de perda do cônjuge; aniversário de casamento ou até a perda de uma situação financeira ou emocional antes estabilizada.
A SBGG alerta para o número de tentativas que acabam em morte nessa faixa etária: cerca de 100%. O médico revela que os idosos propensos a cometer suicídio dão algumas pistas que algo não vai bem. Ele salienta que dados baseados em pesquisas nacionais e internacionais mostram que 75% dos idosos que se suicidaram fizeram uma consulta clínica até um mês antes do suicídio e de 30% a 50% realizaram uma consulta clinica até uma semana antes da tentativa.
Para fazer um alerta sobre o problema, a SBGG aderiu à campanha Setembro Amarelo, uma iniciativa da Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (IASP), introduzida no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O movimento mundial acontece durante todo o mês de setembro para divulgar informações que possam prevenir o problema.
