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Redação

As diferentes tradições e comemorações de Ano Novo ao redor do mundo

Redação
31/12/2018 11:31
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Fogos de artifício, festival de luzes e simpatias. Seja qual for a celebração para o Ano Novo, não faltam opções diferentes ao redor do mundo. Foto: Jack Patrick / Unsplash

A virada do ano é motivo de comemoração em todos os lugares do mundo. Seja com ou sem fogos de artifícios, cada povo, porém, tem determinadas tradições para celebrar a chegada de um novo ciclo. O Viver Bem mostra, a seguir, algumas diferenças entre elas.

África do Sul

Com festas de réveillon espalhadas por toda a cidade, Cape Town é o principal ponto da África do Sul para quem quer começar o ano em grande estilo. Mas, embora as comemorações da passagem de ano sejam parecidas com as vistas em outros lugares do mundo, Cape Town também tem uma programação exclusiva.
No segundo dia do ano é realizada a Kaapse Klopse, ou Cape Town Minstrel Carnival – Carnaval do Menestrel da Cidade do Cabo, em tradução livre. É comum ser chamada de Tweede Nuwe Jaar – ou “Segundo Ano Novo”, em africâner.
A festa tem origens históricas: quando a África do Sul ainda era escravocrata, 2 de janeiro era o único dia do ano em que os escravos podiam descansar. Por isso a data começou a ser marcada por festas com muita música e dança, ocasiões em que os escravos podiam se expressar como em nenhuma outra época do ano.
Cape Town, África do Sul. Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo
Cape Town, África do Sul. Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo
Esse desfile é apenas a abertura de uma competição que segue sendo realizada todos os sábados até meados de fevereiro no Athlone Stadium, construído em 1972. Atualmente são mais de 40 equipes de menestréis, algumas com mais de mil integrantes. Elas concorrem em diferentes categorias.

Barcelona

A Fonte Mágica de Montjuic, próxima à Plaza de Espanya, em Barcelona, é o local onde os espanhóis celebram a nochevieja, o réveillon. O show do último dia do ano conta com fogos de artifício, mas o destaque da noite é o festival das luzes dançantes, que transforma a praça em uma grande festa.
Para passar a virada do ano na Espanha como manda a tradição, é preciso ter em mãos 12 uvas. Segundo a superstição, um ano repleto de sorte e prosperidade depende de um ritual específico: comer cada uma das uvas de forma sincronizada com as badaladas que marcam a meia noite do dia 31 de dezembro.

Edimburgo

A cidade do Reino Unido tem um dos festivais de revéillon mais famosos do mundo. O Edinburgh’s Hogmanay Festival ocorre desde 1993, mas as celebrações escocesas datam do século 17. Durante três dias (de 30 de dezembro a 2 de janeiro), a cidade ganha uma programação animada e repleta de tradições.
Além de dezenas de shows e danças típicas, o público se veste com trajes em homenagem aos vikings, povo que costumava viver na região, e sai pela cidade com tochas e cantando músicas antigas.
Para participar do Hogmanay (Ano Novo, em escocês), é preciso se programar com muita antecedência. Em geral, os ingressos começam a ser vendidos em maio e esgotam rapidamente. Os preços custam entre 299 e 699 libras.
Em Edimburgo, as comemorações de ano novo incluem desfiles com trajes celtas antigos. Foto: Reprodução / Instagram
Em Edimburgo, as comemorações de ano novo incluem desfiles com trajes celtas antigos. Foto: Reprodução / Instagram

Índia

Embora não seja comemorado no dia 31 de dezembro, o ano novo hindu é uma festa que merece ser vista pelo menos uma vez na vida. Batizada de Diwali, ou “Festa das Luzes“, a celebração dura cinco dias e é realizada em diferentes datas, uma vez que segue o calendário lunar hindu.
Com fogos de artifício, gastronomia especial e roupas novas, os hindus comemoram a vitória do Bem sobre o Mal acendendo pequenas velas ou lâmpadas. Muitas casas também são decoradas com luzes parecidas com as usadas no ocidente para celebrar o Natal. As ruas são tomadas por enfeites coloridos e até as vacas, consideradas sagradas na Índia, recebem guirlandas e adornos brilhantes.
Devotos contemplam o Golden Temple, em Amritsar, durante a noite do Diwali, ou Festival das Luzes. Foto: REUTERS/Munish Sharma
Devotos contemplam o Golden Temple, em Amritsar, durante a noite do Diwali, ou Festival das Luzes. Foto: REUTERS/Munish Sharma

Jamaica

Alegre e ensolarada, a Jamaica também tem uma forma diferente de receber o ano novo. Trata-se da “Watch Night“, ou “Noite de Vigília“, em tradução livre. A tradição teve início no dia 31 de dezembro de 1862, quando os escravos que viviam nos Estados Unidos se reuniram em igrejas para esperar que a Proclamação da Emancipação feita pelo então presidente americano Abraham Lincoln passasse a ter efeito.
Os jamaicanos celebram a chegada do ano novo nas igrejas ou em festas nas ruas. Foto: Reprodução/Facebook
Os jamaicanos celebram a chegada do ano novo nas igrejas ou em festas nas ruas. Foto: Reprodução/Facebook
Os jamaicanos gostam de relembrar a data com missas e cultos especiais em igrejas como a “Family Church on the Rock”, que fica em Montego Bay, ou a “Fellowship Tabernacle”, em Kingston. Também é muito comum sair das celebrações religiosas diretamente para festas de ano novo. Em Kingston, por exemplo, há a Harbour Fest and Fireworks, animada por queima de fogos e muita agitação.

Japão

Ao contrário da China, que celebra o ano novo de acordo com o calendário lunar chinês, o Japão adotou em 1873 o calendário gregoriano como oficial. Isso quer dizer que o ano novo, para os japoneses, é comemorado na mesma data dos países ocidentais.
No país, as comemorações começam no dia 31 de dezembro e seguem até o dia 3 de janeiro. No dia 31 as pessoas fazem a primeira visita a um templo budista, chamada de Hatsumode. Vão, normalmente, trajando quimonos tradicionais, e aproveitam para fazer suas orações e pedidos para o próximo ano.
A contagem regressiva é feita por um ritual chamado de Joya no Kane. São 107 badaladas que precedem o ano novo. A 108ª soa exatamente à meia noite. O número simboliza os 108 desejos mundanos da humanidade. O soar do sino serve para afastá-los.
108 badaladas recebem o ano novo no Japão como forma de afastar os desejos mundanos dos homens. Na foto, o Templo Kiyomizu, em Quioto. Foto: EFE/Kimio Ida
108 badaladas recebem o ano novo no Japão como forma de afastar os desejos mundanos dos homens. Na foto, o Templo Kiyomizu, em Quioto. Foto: EFE/Kimio Ida
O primeiro dia do ano começa com o Hatsuhinode, que é o costume de assistir ao nascer do sol. Muitos japoneses se reúnem com a família e os amigos para isso. Depois, uma nova visita a um templo garante a cada um o Omikuji, um papelzinho como os encontrados nos “biscoitos da sorte” chineses.
Além do Hatsugama, a primeira cerimônia do chá do ano, os japoneses também têm jogos e brincadeiras típicas e uma culinária especial para esses primeiros dias de janeiro. No dia 2, o imperador e sua família fazem sua primeira aparição em público, no Palácio Imperial, em Tóquio. O ritual se chama  Kokyo Ippan Sanga. Até o dia 3 o país decreta um feriado nacional chamado de Sanganichi.

Montevidéu

Na capital do Uruguai, a comemoração do Ano Novo começa na tarde do dia 31. A cidade tem muitas festas, como a guerra de cidra e cerveja, que toma conta das ruas ao redor do Mercado Del Puerto. Os fogos são queimados ao longo dos 30 km da orla do Rio da Prata. Hotéis e casas noturnas costumam ter suas festas próprias.
O Mercado Del Puerto, em Montevidéu, tradicional ponto turístico da capital uruguaia. Foto: Bigstock
O Mercado Del Puerto, em Montevidéu, tradicional ponto turístico da capital uruguaia. Foto: Bigstock
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