Comportamento

Estelita Hass Carazzai

Turismo para terceira idade vira nicho de mercado

Estelita Hass Carazzai
17/05/2019 15:52
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O turista de terceira idade é, em sua maioria, formado por mulheres. Não joga dinheiro fora, mas tem flexibilidade de datas e quer comodidade e o máximo de serviços possível. Foto: Bigstock.

Turista só deixa de ser jovem depois dos 75 anos. Pelo menos é o que pensa o empresário Pedro Kempe, dono de uma agência de viagens especializada em roteiros religiosos internacionais.
“Até os 70, é vida normal! Eles se cuidam, fazem caminhada. Só depois é que temos alguns cuidados”, diz. A terceira idade representa a maior parte do seu público, que já virou um nicho do mercado turístico.

No Paraná, onde os destinos religiosos movimentam boa parte dos turistas do estado, já há agências que se especializaram no filão. Isso sem contar o aposentado que quer curtir a vida, e se aventura em excursões ou viagens por conta para roteiros dentro e fora do Brasil.

A aposentada Sandra Eggert, 67, é viajante há pelo menos 30 anos, mas intensificou o ritmo desde sua aposentadoria. De 1997 para cá, ela viajou todo ano, a maioria das vezes para fora do país. O roteiro deste ano já está programado: será em agosto, para a Disney, com os filhos e o neto.
Em casa, ela guarda em uma caixinha seus cinco passaportes, que acumulam os carimbos de visita a pelo menos 16 países.

“Descobri que viajar para fora é, muitas vezes, mais barato do que dentro do país”, afirma. “Minha dica é: se você vai gastar em passagem, não economize em diárias. Porque muitas vezes a passagem não está barata; então, tem que aproveitar.”

Eggert começou sua vida de viajante comprando excursões em agências. Já foi para o Uruguai, a Grécia, a Turquia e pelo menos cinco estados brasileiros desse jeito. Mas, conforme foi ganhando experiência, se aventurou a viajar por conta.
A aposentada Sandra Eggert, 67, é viajante há pelo menos 30 anos, mas intensificou o ritmo desde sua aposentadoria. Foto: Acervo pessoal.
A aposentada Sandra Eggert, 67, é viajante há pelo menos 30 anos, mas intensificou o ritmo desde sua aposentadoria. Foto: Acervo pessoal.
Já reservou apartamento no Airbnb, alugou carro pela internet e conheceu amigos pelo caminho. “Depois que a gente fica calejado, já dá para se jogar. Se errar o caminho, é só voltar.”
O turista de terceira idade é, em sua maioria, formado por mulheres. Não joga dinheiro fora, mas tem flexibilidade de datas e quer comodidade e o máximo de serviços possível, inclusive boas oportunidades de compras para levar lembranças a filhos e netos.
“Tudo isso envolve também uma mudança cultural. Os idosos do Brasil ainda estão aprendendo a viajar mais. Temos muito a trabalhar”, comenta Kempe.
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