Um vídeo que mostra um caso de agressão a uma criança de seis anos na Octogonal, em Brasília (DF), está causando indignação entre os internautas. As imagens mostram um menino de seis anos sendo enfrentado por um casal, que acreditava que a criança tivesse batido no filho deles, da mesma idade. As crianças estavam brincando na quadra de um condomínio em Brasília quando uma delas tropeçou em uma bola, caiu e se machucou. A criança machucada subiu ao apartamento e, em seguida, os pais desceram e foram em direção ao menino que eles acreditavam ter batido em seu filho.

No vídeo, é possível observar o pai segurando o menino para que seu filho pudesse lhe dar um soco. Depois, a mãe entra na quadra e empurra a criança, que cai no chão. As imagens divulgadas pelo circuito interno do condomínio mostram que o filho do casal tropeçou enquanto brincava.

Segundo informações do Correio Braziliense, a criança agredida mora na Bahia e estava passando férias na casa da tia, que mora no condomínio. O casal que agrediu o menino também não reside no local, estavam visitando os pais. O caso aconteceu no último domingo, (9/12) e as imagens foram entregues a Polícia Civil para investigação na quarta-feira (12/12) pela tia do garoto, a servidora pública Jucinea das Mercês Nascimento.

Para Bruna Suzana Moreira, que é psicóloga da Clínica Neuroequilibrio, a reação dos pais foi injustificável, inconsequente e também imatura. “Eles deixaram o amor e a raiva tomarem conta e pensaram somente no filho e, sem pensar nas consequências, agrediram fisicamente uma criança que, de todas as formas, é inocente pela imaturidade de seus atos.”

Além do estresse e da repercussão da situação, o caso também poderá causar traumas na vida de todas as crianças envolvidas, principalmente no menino que apanhou sem saber os motivos. “Analisando de forma clínica, sabemos que isso pode desenvolver problemas psicológicos que vão desde transtorno do pânico, ansiedade podendo ocasionar até mesmo a depressão.”

Bruna ressalta que  a reação dos pais não se justificaria em hipótese alguma, mesmo que as crianças tivessem tido uma briga. “Eles são crianças e de forma natural terão seus desentendimentos. O esperado é que os pais dialoguem com os envolvidos de forma imparcial e sempre demonstrando respeito pelo próximo.”

Em situações de conflitos e brigas entre crianças, a especialista explica que, por mais complicado que seja o assunto, dialogar é sempre a melhor solução. “Pais e até mesmo professores precisam manter a calma e compreender os motivos que levaram à briga sempre de forma imparcial, deixando que todos os envolvidos possam explicar a situação”.  E ela ressalta: “Nunca veja seu filho somente como o correto e não deixe que seu amor te leve a ver a situação somente pela versão dele.”

A recomendação é que depois do momento de conflito, quando todos estiverem mais calmos, os pais conversem com os filhos e explicando por que eles não podem brigar ou agredir os colegas. “Espero que esses pais tenham parado para analisar toda a situação e que reconheçam os danos causados, pois o que eles ensinaram para seu filho com essa atitude é reagir de forma agressiva.”