Moda e beleza

Marina Mori

Maquiadoras dão dicas infalíveis para acertar o tom da base

Marina Mori
12/07/2018 12:00
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Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

Encontrar uma base que funcione de primeira é uma missão quase impossível no Brasil. Entre as marcas nacionais de maquiagem, pouquíssimas oferecem uma cartela extensa de tons. Em um país caracterizado pela miscigenação, surgem oito, 12 ou, no máximo, 20 opções diferentes de bases. Muito pouco. Um estudo feito pelo Grupo Boticário, que detém marcas de cosméticos como Vult, Quem Disse, Berenice? e Eudora, tentou traçar um panorama dos tons de pele dos brasileiros a partir de 1500 entrevistados.
A pesquisa identificou 162 tonalidades diferentes em apenas seis dos 26 estados do país. Os tons foram então agrupados em 47 nuances que abrangeriam toda a população brasileira. Porém, não significa que há no mercado nacional essa variedade de tons. No caso d’O Boticário, o estudo deu origem à base “Matte Effect”, disponível em 12 cores.
“Temos marcas nacionais ótimas, mas a falta de tons interfere muito. Principalmente para o público de pele negra”, destaca a maquiadora Taís Guerini. Segundo ela, o mercado brasileiro seria muito mais valioso se aumentasse essa oferta.
O mercado parece caminhar, mas a passos lentos. Recentemente, a Natura ampliou sua cartela de base de oito para 12 novos tons. Segundo a marca, seu objetivo é “atender a brasileira de maneira cada vez mais completa e respondendo a esta angústia da busca pelo tom ideal, dada nossa diversidade de tom de pele”, afirma Fernanda Rol, Diretora de Cosmética Natura.
A Avon tem apostado na tecnologia para suprir a demanda. A partir da ferramenta “Cor Fiel”, cada um dos 18 tons disponíveis seria capaz de se adaptar ao tom de pele das mais de 94 milhões de brasileiras. Para a maquiadora Francielly Skulny, do salão de beleza Lady & Lord, ainda é preciso ampliar as opções. “A gente tem uma mistura de tons de pele bem diferentes. É muito difícil acertar a base com um tom só, sempre tem que misturar. Existem pessoas que têm sorte, mas é raro”, explica.

No exterior, o dobro de opções

A Fenty Beauty, marca de cosméticos da cantora Rihanna, é referência no assunto. Tanto que, no fim de 2017, poucos meses após seu lançamento, entrou para a cobiçada lista da Times das melhores invenções do ano. A marca esteve ao lado de criações como óculos capazes de recuperar a visão, um robô sociável e um carro elétrico. O motivo? Bad Girl Riri fez questão de ofertar a todas as mulheres possibilidade de usarem uma base que funcionasse de verdade. Foi um rebuliço.
As bases, oferecidas em 40 tons diferentes, esgotaram quase que imediatamente nas vendas online e nas 1600 lojas espalhadas em 17 países. “Algumas mulheres estão encontrando seu tom de base pela primeira vez e estão se emocionando no caixa. Isso é algo que nunca vou superar”, disse a cantora à Times.
Mas a marca de maquiagem de Rihanna não é a única. Nars, Make Up Forever e muitas outras, como elencou o portal Allure no início do ano, têm ampliado cada vez mais sua cartela de tons. O problema é que, no Brasil, os produtos chegam a preços exorbitantes. Quem não pode (e não quer) gastar mais de R$ 100, R$ 200 e até R$ 300 em 30 ml de base fica sem opção.

Quem não tem cão, caça com gato

Já que é difícil encontrar uma base que se mescle totalmente ao tom de pele de cada pessoa, as maquiadoras Taís Guerini e Francielly Skulny dão dicas de como resolver o problema.
Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo

1. Teste a base nas regiões certas

Esqueça o dorso da mão. “Este é o maior erro. Quase sempre quem testa aí compra a base errada”, alerta Taís. O local ideal de teste, segundo a maquiadora, é o rosto. Mais especificamente a região do maxilar.
É ali que a prova de fogo será feita. “Temos que usar o tom do colo como referência. A dica é aplicar no rosto e ‘arrastar’ em direção ao pescoço”, explica. Se a base mesclar-se completamente, ótimo sinal. Antes de se dirigir ao caixa, porém, leia o próximo passo deste guia.

2. Espere algumas horas e volte no dia seguinte

Não importa se você está há meses procurando a base certa. Por mais que o tom pareça ser o ideal, respire fundo, nem toque na bolsa e vá para casa. “Às vezes na hora fica bom e depois começa a ficar muito oleosa”, comenta Francielly.
Taís lembra de outro ponto crítico: a oxidação do produto. “Algumas ficam mais escuras depois de um tempo, por isso muita gente acha que comprou o tom errado”, explica a maquiadora.

3. Ainda não encontrou a base certa? Escolha aquela com um tom mais claro que o seu rosto

Assim, não corre o risco de parecer recém-saída de um bronzeamento artificial. Além do mais, os tons mais claros podem ser facilmente corrigidos com pó mais escuro, de acordo com Francielly.

4. Não compre uma, mas duas 

Já que é praticamente impossível encontrar uma só base que dê conta do recado, as maquiadoras sugerem misturar duas tonalidades: uma mais clara e uma mais escura que a pele. A questão, segundo Taís, é descobrir subtom da pele. Ele pode ser quente, frio ou neutro.
Para descobrir qual é o seu, basta usar o truque da moeda, do visagista Philip Hallawell. À luz natural, coloque uma moeda prateada sobre o dorso da mão e, em seguida, uma dourada.
Se a primeira combinar mais com a sua pele, sinal de que o seu subtom é frio – opte pelas bases de fundo rosado ou oliva. Se a segunda parecer mais harmônica, não há dúvidas de que o seu subtom é quente – neste caso, pode apostar nas bases de fundo amarelado.
A próxima etapa é escolher um tom mais claro e um mais escuro que o da sua pele. Com os produtos em mãos, é hora de misturá-los até obter a base perfeita e começar a maquiagem. Ufa.
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