Moda e beleza

Katia Michelle, especial para Gazeta do Povo

Maratona SPFW: conheça como é o evento

Katia Michelle, especial para Gazeta do Povo
26/04/2016 17:28
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Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, onde acontece o São Paulo Fashion Week. Foto: Agência Foto Site - divulgação.

Uma semana de evento, quase cinquenta desfiles, centenas de jornalistas convidados. Um público ávido por novidades e por ser notícia. Você sabe como funciona uma semana de moda? Bem, nem todas são iguais e em época de mudanças, a maioria está tendo que se adaptar aos novos tempos, saídas e entradas de patrocinadores que comprometem as atrações of desfiles, mudança de calendário, de estrutura, de estandes. Alterações que vão tornando o evento orgânico e interessante de vários pontos de vistas, sejam eles positivos, negativos e até neutros.
Quem entra na Bienal
Estar na Bienal do Ibirapuera, onde acontece o SPFW, não é garantia de entrar nas salas de desfiles para ver as coleções.  Mas a Bienal por si, revela surpresas. Dá para encarar como um passeio. Tem gente de todas as tribos. Gente que vai para chamar a atenção. Gente que está trabalhando. Gente bonita. Gente que está passando o tempo. Nessa edição, dá para ver algumas exposições como a obra “Sem título”, do mineiro Iuri Sarmento, um painel exclusivo de 20 metros que virou cenário para fotos. Não tem quem não dê uma paradinha ali para uma selfie ou foto com os amigos.
Pianel de Iuri Sarmento virou cenário para fotos. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo
Pianel de Iuri Sarmento virou cenário para fotos. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo
Espalhadas pela gigante Bienal está a Mostra Audiovisual “Mãos que valem ouro”, uma projeção de imagens que seguem o tema do evento este ano e mostram artistas em duas várias manifestações culturais. Vale uma parada para ver com atenção.
Outra mostra que virou painel para fotos, já que é a prova de que as pessoas estiveram in loco no SPFW, é a exposição “365”. Resultado do registro no período de um ano da modelo Nathalie Edenburg, que fotografou suas emoções sobre um retrato neutro de seu próprio rosto. O registro resultou em 365 quadros da série “How do I Feel Today”, que o SPFW exibe na íntegra pela primeira vez.
Exposição “365” mostra a modelo Nathalie Edenburg, que fotografou suas emoções sobre um retrato neutro de seu próprio rosto. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo
Exposição “365” mostra a modelo Nathalie Edenburg, que fotografou suas emoções sobre um retrato neutro de seu próprio rosto. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo
Também dá para ver a exposição “Arte em Ouro”, que apresenta 17 joias da coleção Recombinações, do Auditions, o maior concurso de design de joias em ouro do mundo, promovido pela AngloGold Ashanti e realizado bianualmente no Brasil e na África do Sul. A mostra tem direção criativa do estilista e artista multimeios Fause Haten, fotografias de Jacques Dequeker e vídeo mapping assinado por Dado Marietti. Se você está na Bienal, vale a visita.
Mostra Apolônias do Bem. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo
Mostra Apolônias do Bem. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo
Vale também um registro da mostra “Apolônias do Bem”, uma exposição de 46 imagens, com curadoria de Paulo Borges que mostra a transformação da figura e da alma feminina conquistada a partir da recuperação da autoestima de mulheres beneficiadas com o projeto.
Para ver, comer e provar
Ainda no Pavilhão da Bienal, dá para dar uma circulada na Praça de Alimentação. Este ano modesta, a praça tem apenas alguns food trucks, com comida não tão atrativa e preços exorbitantes. Um pão com carne moída e bacon saí por R$ 16. Um crepe pequeno de frango, por R$ 20. Melhor deixar para comer quando sair dos desfiles ou ser convidado de algum estande e descolar um coquetel. É o que muitos convidados fazem.
Comida, só nos food trucks ou nos lounges privados. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo.
Comida, só nos food trucks ou nos lounges privados. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo.
Cada patrocinador tem um estande e lá só entra convidado. Ou seja, também não adianta estar no Pavilhão da Bienal e querer ver o que os estandes oferecem se não tiver as tão cobiçadas pulseirinhas. Semana de moda é para VIP mesmo.
Para entrar nos desfiles
Este ano houve um corte significativo de jornalistas que cobrem o evento, mesmo assim, o movimento da sala de imprensa, com jornalistas do Brasil e convidados de outros países é grande. Os desfiles são realizados de hora em hora e sobra pouco tempo para escrever. Para entrar nas salas, apenas com credencial. E estar na fila da entrada pode render boas risadas para um bom ouvinte.
Quem não tem convite, não entra nos desfiles, mas pode ver a trasnmissão ao vivo do telão instalado no pavilhão. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo.
Quem não tem convite, não entra nos desfiles, mas pode ver a trasnmissão ao vivo do telão instalado no pavilhão. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo.
É um tal de dar desculpas para entrar, que chega a ser engraçado ouvir de relance. “Esqueci a credencial”. “Eu só fui ali fumar e já estava voltando”. Minha amiga está lá dentro”. Ou seja, todo mundo quer se passar por jornalista para entrar na sala. Por isso, o credenciamento está cada vez mais rigoroso. Ainda assim, há registros de pessoas se credenciando com nome de veículo conhecido sem trabalhar no local. Um desafio para organização. Ah, convite da SPFW não se compra nem se vende. Fica a dica.
Estou dentro, e agora?
Alguns desfiles têm lugar marcado, outros só indicam a fileira que você deve sentar a partir do convite. A fila A é sempre para os convidados vips e celebridades. Este ano, aliás, esta fileira ainda não decolou e até o momento não apareceu nenhum artista que rendesse um burburinho muito grande (mas ainda estamos no segundo dia do evento). Ainda assim, é comum que os convidados mais importantes esperem que as luzes se apaguem completamente e entrem sempre meio na surdina para evitar confusão. Mas com ou sem celebridades presente, confusões às vezes acontecem.
Dá uma olhada na quantidade de telefones "antenados" durante os desfiles. Este é o desfile da Lollita. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo.
Dá uma olhada na quantidade de telefones "antenados" durante os desfiles. Este é o desfile da Lollita. Foto: Katia Michelle - Gazeta do Povo.
Se você é jornalista, artista ou convidado, como se comportar em um desfile? Primeiro: não “pegue sem querer” o brinde ou material informativo da cadeira ao lado. É importante para quem está cobrindo o evento. Um desfile é um espetáculo. O estilista tem poucos minutos para apresentar a coleção que trabalhou por meses, então todo respeito é pouco. Tanto que os fotógrafos não podem circular por ali. Ficam em um local reservado para eles. Mas com as novas mídias, fica cada vez mais acessível fotografar e filmar os desfiles. Essa mudança, aliás, foi o principal motivo das semanas de moda alterarem o calendário e se adaptarem às estações atuais e não futuras. Afinal o que se está vendo nos desfiles, pode ser visto instantaneamente nas mídias sociais de jornalistas ou não. Basta estar online. (Nota da jornalista: As fotos foram feitas com um smartphone de baixa qualidade. Peço perdão aos fotógrafos profissionais que estão no evento. :))
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