Moda e beleza

Camila Rehbein

Mudança no calendário da moda começa em setembro em Nova York

Camila Rehbein
19/02/2016 09:00
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A rapidez com que consumimos as informações ao nosso redor tem transformado o posicionamento da indústria da moda em relação ao seu calendário. Seria mesmo necessário (e lucrativo) antecipar as coleções seis meses antes? Com a nova geração de consumidores ávidos por novidades e hiperconectados, a moda tem sido uma das mais impactada por essa revolução na própria forma de consumo. Os desfiles, antes pensados para a indústria e seus profissionais e estritamente fechados à imprensa especializada e compradores, perderam a exclusividade e hoje são transmitidos ao vivo e acompanhados minuto a minuto por milhares de pessoas ao redor do mundo.
Um dos motivos pontuados para a mudança no calendário está no consumidor final, que não entende porque precisa esperar seis meses para comprar a coleção que acabou de ver. Os especialistas afirmam que o delay entre o que é mostrado nos desfiles e o que está nas lojas não é compreendido por essa audiência que pode ter o que quiser em questão de segundos, tornando o sistema atual completamente inadequado.
Há um ano, o Conselho de Designers de Moda da América (CFDA) estuda formato atual dos desfiles e apresentações de moda. No mesmo sentido, marcas como a Burbery saíram na frente e anunciaram seu novo posicionamento possibilitando que as peças apresentadas pudessem ser automaticamente compradas logo após o desfile. Seguindo a onda, Tom Ford, Marc Jacobs, Donatella Versace e Tommy HIlfiger se preparam para esse reposicionamento urgente e necessário.
“Para algumas pessoas essa mudança é algo terrível. Elas querem que a moda fique a mesma, como se os smartphones nunca tivessem sido inventados. Se as pessoas dizem que a moda está andando muito rápido, eu acho que temos que ser mais rápidos ainda e planejar nosso futuro juntos”, ressalta Donatella Versace.
As mudanças começam a acontecer já este ano. A partir de setembro, a Semana de Moda de Nova York começa algumas apresentações no novo formato, onde coleções de verão são apresentadas no verão e inverno no inverno. E em momentos como esses, as marcas mais novas saem na frente. Vale saber como as marcas maiores, com todos os seus processos solidificados vão se sair. “Nós não sabemos todas as respostas. Vamos aprender durante o processo”, explica Christopher Bailey, diretor criativo da Burbery. Esperamos que as respostas venham e a transição seja benéfica, para a moda e para os consumidores.